140 detidos por atos golpistas têm a prisão convertida para preventiva

Somente ontem, 200, de mais de mil casos, foram analisados, e a expectativa é a de que Moraes termine o trabalho sexta-feira,20.
Alexandre de Moraes, ministro do STF. Foto: Nelson Jr.

A detenção de 140 pessoas denunciadas pela participação em atos golpistas em Brasília contra a sede dos três Poderes no dia 8 de janeiro foi convertida em prisão preventiva pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal.

A decisão é de terça-feira, 17, após o ministro dar início à analise de atas das audiências produzidas entre os dias 13 e 17 relativas a 1.459 presos. Somente ontem, 200 casos foram analisados, e a  expectativa é a de que o trabalho seja concluído até a sexta-feira, 20.

O ministro Moraes viu  ‘flagrante afronta à manutenção do estado democrático de direito, em evidente descompasso com a garantia da liberdade de expressão’. O ministro considera haver provas sobre a  participação efetiva dos 140 investigados ‘em organização criminosa que atuou para tentar desestabilizar as instituições republicanas’.

Foram liberados outros 60 investigados, mas eles terão de usar tornozeleira eletrônica e estão proibidos de usar redes sociais. Foi decretado o cancelamento de passaportes e a suspensão de porte de arma e de “certificados de registro para realizar atividades de colecionamento de armas de fogo, tiro desportivo e caça.”

Alexandre apontou indícios de crimes de ‘atos terroristas, inclusive preparatórios; associação criminosa, abolição violenta do estado democrático de direito, golpe de estado, ameaça, perseguição e incitação ao crime’. Segundo o magistrado, as medidas foram decretadas ‘para garantia da ordem pública e para garantir a efetividade das investigações’.