Família da cafeicultora Luciana Moura recebeu trator de prêmio,alcançando 90,42 pontos, uma pontuação recorde.
Com pontuação recorde e histórica, não ocorrida em outras edições, o Concurso de Qualidade e Sustentabilidade do Café de Rondônia, a 5ª Concafé, realizada por meio de live da Secretaria de Estado da Agricultura (Segri), premiou em primeiro lugar a propriedade de Luciana Moura Franklin, do município de Novo Horizonte do Oeste, região da Zona da Mata que a cada ano fortalece o cultivo do café robusta.
O café robusta amazônico da propriedade da família de Luciana fez 90,42 pontos, com um café de atributos delicado, floral, doce como mel e sabor de uva, fermentado por vários dias. O evento ocorreu por mais de três horas em transmissão pela página do Facebook da Seagri, na manhã desta sexta-feira, 6, direto de Cacoal. O prêmio do 1º lugar foi um trator, avaliado em R$ 150 mil.
O Concafé ocorre desde 2016. Este ano, segundo o coordenador e mestre de cerimônias do evento, Janderson Dalazen, a premiação total é a maior até agora, R$ 289 mil, para duas categorias, “Qualidade de Bebida” e “Sustentabilidade.” A live contou com apresentação de música, vídeos com representantes das empresas patrocinadoras e com resumo das histórias de cafeicultores de Rondônia, leitura de todos os produtores que tiveram pontuação acima de 80 e recebimento de certificados entre outras atrações.
Este ano, segundo Dalazen, o concurso teve 214 inscritos de diversos municípios. No evento estiveram o vice-governador José Jordan, secretário especial de Regularização Fundiária do Ministério da Agricultura Nabhan Garcia, secretário Evandro Padovani (Agricultura) e o diretor-presidente da Emater Luciano Brandão.
O 2º lugar conferiu destaque a outra cafeicultora, de Vilhena. Maria Aparecida Cantuária levou R$ 30 mil em prêmios, com um café “explosivo, exótico, com notas de hortelã, jasmin, sabor pêssego e acidez brilhante”, descreveu Janderson Dalazen. Seu café também teve pontuação histórica: 90,08.
O município de Alta Floresta levou a 3ª e 4ª premiação, de R$ 10 mil cada, novamente trazendo em evidência a Terra Indígena Rio Branco. O jovem indígena Tawã Aruá conquistou a 3ª posição com um café robusta floral, sabor vinhoso, toque de jabuticaba, maracujá e carambola, classificando-se com 88,08 pontos. Com a família no palco para receber o prêmio, ele disse que o incentivo fortalece sua etnia, e desmistifica o conceito de que indígenas não sabem trabalhar.
O 4º lugar, com 87,92 pontos, ficou para o cafeicultor Ismael Lourenço Marques. “O café está no sangue, a gente não abandona nem mesmo quando o preço está ruim”, disse, manifestando agradecimentos pela oportunidade de participar do Concafé. Ele participa pela primeira vez. Seu café teve os atributos refrescante, com cheiro de jasmim, sabor de cacau e limão.
Tetracampeão
O prêmio na categoria de propriedade mais sustentável de Rondônia no cultivo do café ficou para o cafeicultor Ronaldo Leme, que comercializa o café Dom Bento, que atingiu 39 dos 40 pontos estabelecidos para a premiação, ganhando uma secadora de última geração. “É tetracampeão”, disse Dalazen, confirmado pelo secretário Padovani.
“É uma propriedade exemplar, de fato um exemplo para Rondônia e para o Brasil”, disse Evandro Padovani, que ao final do evento disse ter conversado por telefone com o governador Marcos Rocha, que o autorizou a anunciar a realização do Concafé em 2021.
A seleção dos cafés robustas é feita em laboratório, por especialistas, sendo as amostras classificadas por técnicos da Agencia de Defesa Sanitária Agrosilvopastoril (Idaron), utilizando análise sensorial. Um vídeo sobre o processo minucioso de avaliação dos grãos de café foi exibido por meio da live.
A 5ª Concafé prestigiou com certificados o melhor café por região do Estado. De Porto Velho, o contemplado foi Juarez Gonçalves da Silva, do assentamento Joana D’Arc; de Campo Novo de Rondônia o cafeicultor Sergio Antônio Brás; de Vale do Anari, região central (Ji-Paraná), a cafeicultora Maria da Gloria Bermond; do Vale do Guaporé o cafeicultor de São Miguel do Guaporé Jose Evangelista da Silva; da Zona da Mata (Novo Horizonte do Oeste) Luciana Moura Franklin; de Cacoal, Roseane Nunes Candaqui e de Vilhena, Maria Aparecida Cantuária.