Uma nova fase no combate ao desmatamento ilegal na Amazônia começa no dia 1º de maio. É que acaba no fim de abril a Operação Verde Brasil 2, com a saída das Forças Armadas da tarefa de enfrentamento a crimes ambientais na Amazônia.
Vamos dar uma pausa na notícia para anotar que o que será feito a partir de maio deveria ter sido feito desde o primeiro dia de Governo Bolsonaro, mas ele optou por desconstituir as instancias existentes no Ibama e ICMBio de combate ao desmatamento e outras ilegalidades. Agora, tudo volta, por pressão interna mas essencialmente externa, fora do país.
Na fase que nunca deveria ter deixado de existir, Ibama, ICMBio e Polícia Federal com apoio da Força Nacional, Funai e Incra irã cumprir seu papel. Fecho aqui para continuar com a informação que trata do título da matéria.
O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, concedeu no inicio de abril entrevista ao Estado de São Paulo, quando admitiu a existência de crescente desmatamento ilegal n Amazônia, e como a missão volta para suas mãos disse que pode reduzir a devastação na região em 40% pelo prazo de 12 meses caso os países estrangeiros, especialmente os Estados Unidos, façam aporte de 1 bilhão de dólares.
O ministro tem se movimentado para mostrar que há boa relação com países europeus e americanos e setores empresariais diante da pressão que vem sofrendo pela ausência de uma política consistente para a região amazônica, tendo escapado de uma “reforma” ministerial recente.
Sem verba, Salles disse que não se compromete com metas nem percentuais. O ministro insistiu na convicção de que o país tem de ser pago por reduções passadas de emissões de gases de efeito estufa e para cumprir compromissos futuras.
As taxas oficiais de desmatamento observadas nos dois primeiros anos em que esteve à frente do ministério são as maiores desde 2008. A do ano passado foi 47% maior que a observada em 2018.
Ele disse que um plano de combate ao desmatamento será apresentado aos Estados Unidos no encontro que o presidente Joe Biden vai realizar com 40 líderes internacionais para debater a pauta climática. Sem recursos externos, disse que vai fazer o que for possível, mas sem dar uma estimativa de meta de redução.
O ministro Ricardo Salles disse que entende a cobrança de nações estrangeiras para mitigar os problemas ambientais na Amazônia, “a cobrança delas faz parte,” mas entende que há uma inversão nessa posição de querer resultados primeiro e recursos depois.
”Por uma razão simples. O Brasil reduziu, e está certificado na UNFCCC (Convenção do Clima da ONU), de 2006 a 2017, 7,8 bilhões de toneladas de carbono. Disso, menos de 1% recebemos a título de Redd (mecanismo de compensação por desmatamento evitado). Se tem alguém que está devendo na frente aquilo que já foi feito… somos nós os credores,” afirmou.