Chega em setembro às livrarias o livro “O negócio do Jair: A história proibida do clã Bolsonaro”, da jornalista e colunista do UOL Juliana Dal Piva. No ano passado, no podcast “UOL Investiga – A vida secreta de Jair,” a jornalista fez um excelente trabalho ao mostrar as gravações em que uma irmã de André Siqueira Valle, ex-cunhado de Bolsonaro, contava como se deu a história de demissão do rapaz do gabinete do então deputado federal.
André foi dispensando por não devolver a parcela de seu salário que Bolsonaro exigia. Ele vivia inconformado com a situação.
Juliana traz no livro novas revelações e detalhes sobre a relação de Andre Siqueira Valle com Jair Bolsonaro, nos informa o colunista Chico Alves, do Uol.
A jornalista retrata o incômodo do ex-assessor com caixas de dinheiro vivo que via dentro da mansão de Jair Bolsonaro, na Barra da Tijuca, no período em que conviveu com o agora presidente e sua irmã Ana Cristina Valle enquanto eram casados. Segundo o relato, André se ressentia de ficar com apenas 10% do salário, e que outros funcionários também viam quantias elevadas de dinheiro na residência.
O livro, da Companhia das Letras, é resultado de mais de 3 anos de apuração, e já está em pré-venda. O ex-cunhado não gostava de entregar todo o dinheiro a Jair, e desabafava com os amigos, em sigilo, que aquela situação era errada. Ele também sabia de um cofre no quarto do casal, bem abastecido quando na época de campanhas eleitorais.
O livro revela enfim o passado secreto da família que comanda o Brasil e que rondava os bastidores da política no Rio de Janeiro e em Brasília. Juliana Dal Piva conta a história do clã que remonta à entrada de Jair Bolsonaro na política na década de 90. O esquema de corrupção que vem de longa data era conhecido entre os participantes como “o Negócio do Jair.”
Ele, o esquema, ocorria nos gabinetes funcionais ocupados pela família de Bolsonaro em seus mandatos políticos, seja de vereador, deputado estadual ou federal, e envolvia seus três filhos mais velhos, as duas ex-esposas e a atual, amigos, familiares – muitos deles atuando como funcionários fantasmas –, além de advogados e milicianos.
A autora utilizou depoimentos exclusivos, cópias sigilosas dos autos judiciais, mais de cinquenta entrevistas, mil páginas em documentos, vídeos e gravações de áudio, que corroboram esquemas partidários que levaram a família a acumular milhões de reais, e construir o projeto político autoritário e regressivo que conduziria o chefe ao cargo mais elevado da República.