Grupo de 17 membros pede expulsão da AMB de juiz aposentado

Tudo porque Sebastião Coelho deendeu a prisão de Alexandre de Moraes, que para ele usurpa funções.
Desembargador aposentado Sebastião disse que Moraes age pelo confronto.

Um grupo de apenas 17 integrantes da Associação dos Magistrados do Brasil (AMB) está solicitando à presidência a expulsão do desembargador aposentado do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT) Sebastião Coelho da Silva, 67 anos, porque ele defendeu a prisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal.”

Ministro do STF Alexandre de Moraes. Foto Carlos Moura.

Numa petição encaminhada à juíza Renata Gil, o grupo a trata como presidenta da AMB, e diz que a entidade precisa fazer uma “depuração ética interna” e que não pode ser omissão como que chama de “aumento do autoritarismo.” A informação está no site Poder360, que publicou a petição.

Sebastião Coelho contou na Comissão de Transparência, Governança, Fiscalização e Controle e Defesa do Consumidor do Senado, em 30 de novembro, ter visitado um dos acampamentos de bolsonaristas que acreditam em fraude nas urnas e defendem intervenção das Forças Armadas para que a eleição seja anulada.

Na Comissão, ele disse que Alexandre de Moraes exerce a função de promotor de justiça, procurador da República, Juiz de Direito, delegado de polícia. “Isso é usurpação de função pública,” declarou.

No acampamento, depois do hino nacional cantado na ocasião, ele pediu a palavra e disse que a prisão de Alexandre Moraes era possível, procurando dar sustentação jurídica a essa posição com uma convocação, feita pelo presidente Jair Bolsonaro, das Forças Armadas para garantir a ordem pública.

Para os 17 membros da AMB que subscrevem o documento, o desembargador aposentado, que também é membro do TSE, agiu de forma irresponsável, procurando embasar juridicamente uma “medida ilegal e absolutamente atentatória ao Poder Judiciário.”

Em 16 de agosto, Sebastião Coelho criticou o discurso de posse de Alexandre de Moraes, realizada naquele dia. Para o desembargador aposentado, Moraes fez uma “declaração de guerra ao país.”

“O seu discurso é um discurso que inflama. É um discurso que não agrega. E eu não quero participar disso”, afirmou na ocasião.