O fim dos protestos na porta dos quartéis de todo Brasil é a prioridade do presidente eleito Lula da Silva na conversa com os próximos comandantes-gerais das Forças Armadas, a serem confirmados por ele, o que deve ocorrer ainda esta semana.
A revelação é do jornal Estado de São Paulo, que revela ser a preocupação de Lula anterior à diplomação e ao que aconteceu na noite de segunda-feira, 12, em Brasília, quando carros foram incendiados, equipamentos públicos depredados e a sede da PF sofreu tentativa de invasão por militantes supostamente bolsonaristas.
O presidente eleito já havia confidenciado a parlamentares de sua base o incômodo com os acampamentos no entorno dos quarteis militares, montados há mais de um mês. Ele teria dito que trataria com os generais de um plano para encerrar as aglomerações e retirar as pessoas desses locais.
Num encontro com líderes do Avante, Lula da Silva disse que considera as concentrações um “desrespeito” às próprias Forças Armadas.
Os atuais comandantes da Aeronáutica, Marinha e Exercito já estão preparando as formalidades para entrega dos cargos. A passagem de comando é comum antes mesmo do eleito tomar posse na Presidência, é uma previsão burocrática das Forças Armadas.
Eles já publicaram carta em que expressaram apoio às manifestações de inconformidade com o resultado das eleição, desde que não ocorram “excessos,” diz o Estadão.
Os novos generais que assumirão Exército, Marinha e Aeronáutica já foram selecionados por José Múcio Monteiro. A conversa de Lula com o general Julio Cesar de Arruda (Exército), almirante Marcos Olsen (Marinha) e brigadeiro Marcelo Damasceno (Aeronáutica) iria ocorrer na sexta-feira, dia 9.
O encontro não ocorreu, segundo membros da transição de governo, para que José Múcio pudesse fazer uma reunião prévia prevista para esta terça-feira,13, com o atual ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira.