Para não desagradar nem Haddad e nem o PT, ambiguidade propria do presidente, solução para manter ou não tributos federais está em discussão.
Está em análise pelo presidente Lula da Silva a reoneração parcial da gasolina e acool. Ele se reuniu, segundo o Estadão, nesta segunda-feira, 27, com os ministros Fernando Haddad (Fazenda), Rui Costa (Casa Civil) e presidente da Petrobras, José Prates, para decidir sobre a manutenção ou não da isenção do PIS e Cofins, tributos federais, sobre os combustíveis, a partir de 1º de março.
Da mesma forma que fizeram no começo do governo, em janeiro, a presidente do PT Gleisi Hoffmann, e lideranças políticas do partido no Congresso fazem coro para manter a desoneração, enquanto Haddad e equipe econômica defendem a reoneração. O debate é público, o que desgasta o ministro da Fazenda. Aliás, Lula tem mantido silêncio, levando agentes econômicos a avaliarem que o governo se guia apenas pela política.
A desoneração vale apenas até terça-feira 28, quando o governo Lula precisa tomar uma direção. A isenção para o diesel não será discutida agora, porque ela foi prorrogada pelo novo governo por um ano.
A prorrogação da isenção dos tributos sobre o álcool e gasolina custaria R$ 28,8 bilhões aos cofres públicos. No fim do ano passado, Haddad brigou pelo seu fim, mas foi vencido pelo núcleo político – Lula prorrogou a medida por dois meses logo no primeiro dia de mandato.
Um meio termo, para não desagradar nem a Fernando Haddad nem o PT, é defendida pelos ministros petistas. Segundo o Estadão, a expectativa de fontes credenciadas do Palácio do Planalto é que o desfecho seja na direção de uma reoneração parcial.