O Estadão traz mais novidade nesta segunda-feira, 17, sobre a gestão de Jorge Viana na presidência da Agência de Promoção de Exportações do Brasil (Apex-Brasil): a nomeação de três assessores, velhos conhecidos do petista Viana, sem experiência alguma em comercio exterior.
Da semana passada para cá, decorrente de revelações publicadas pelo Estadão e O Globo, evidenciam-se o aparelhamento da Agência, de relevo e qualidade técnica, que atua não apenas na promoção do Brasil no exterior, mas também na qualificação empresarial; inteligência de mercado; estratégia para internacionalização e atração de investimentos. Agora mesmo, com a assinatura de acordos com a China, uma alavancada que pode gerar muitos negócios, a Agência tem papel crucial.
Seu Plano de Cargos, Carreira e Salários (PCCS), segundo os jornais, foram violados para que, primeiro, Viana pudesse permanecer no posto, uma vez que não fala inglês, uma exigência prioritária. Com isso, manteve a mamata de R$ 65 mil ao mês. É uma vergonha! Me pergunto se dá para alterar facinho assim o regulamento de uma universidade para que um projeto de doutorado com exigência de língua estrangeira seja aceito.
Segundo, para permitir que algumas diretorias, fechadas para “pessoas de confiança,” fo
ssem escancaradas para políticos e afins, situação que impede avanços técnicos e a descontinuidade de estratégias atinentes ao trabalho da agência.
E agora, terceiro, coloca velhos amigos de seu grupo político no Acre, certamente à mingua depois de anos de seca, que já trabalharam com ele no Senado e mais recente em campanha derrotada, para assessorar a Presidência e a Diretoria de Negócios. Em comum, nenhum com experiência em comércio internacional.
O arquiteto e urbanista Madson Wilander Melo de Sá, que nas redes sociais se apresenta como “militante de esquerda” e não tem experiencia alguma em comércio exterior, é o premiado para a assessoria da Diretoria de Negócios. É dono de uma empresa de construção aberta há um ano, e antes, segundo o jornal Estadão, foi gerente na Gestar Engenharia, Inovação em Gestão e Consultores Associados, empresa de Jorge Viana.
Antônio Neto é o premiado para assessorar a presidência, se apresenta no mundo das redes sociais
como advogado, engenheiro florestal e mochileiro, e foi sócio de Viana na empresa mencionada acima. Aliás, ele e Viana teriam aberto juntos a empresa em Brasília, em 2019. Neto teria saído da sociedade no início deste ano. Já foi assessor do petista no Senado, de 2011 a 2019.
O salário dos assessores de Viana não foi revelado, mas pouco pirão não é. A julgar pelo dindin do presidente. O outro premiado assessor é um “cantor, compositor, jornalista e publicitário”. Aarão Prado Bayma se apresenta assim na internet.
Bayma seria editor do “Acre da Hora”, um site que publica notícias favoráveis a Viana. Assim como Neto, a relação entre o ex-senador e Bayma é de longa data. Ele foi assessor do petista no Senado (2011 a 2019), na época com salário de R$ 16.466,81.
Como pré-requisito para o cargo de assessor é preciso pós-graduação completa ou graduação com experiência em pelo menos três anos nas áreas de atuação da agência. Com esses requisitos, o salário varia de R$ 17.810,69 a R$ 27.557,85, de acordo com o nível da função.
Um nível em que poderiam ser contratados sem violar o estatuto é no assessor-1. Não exige atuação na área. Contudo, na última folha de pagamento verificada pelo jornal, não há nenhum contratado nesse nível.
A Apex defendeu a contratação dos três velhos amigos de Jorge Viana, disse que todos atendem os requisitos do cargo e mais nada quis revelar. O episódio mostra que a gestão atual se mostra cada vez mais aversa à transparência. Recente declaração de Lula vai na contramão do que prega a Controladoria Geral da União (CGU) – ele se nega a revelar gastos feitos nas viagens.
O aparelhamento do Estado avança em tão pouco tempo de gestão, e tão logo a lei de estatais seja alterada no Senado – na Câmara já foi – a boiada do aparelhamento se multiplicará nas estatais, e a erupção da corrupção será questão de tempo.
- O PT e Lula, porém, repisam a sua bolha o mesmo e surrado discurso para justificar a abertura inconsequente do Estado aos aventureiros – a de que os democratas, a oposição, os cidadãos, a Lava Jato etc querem criminalizar a política. Uma fake news criminosa. Relativizam a corrupção em nome de projeto de poder.