Ex-ministro da Defesa durante o governo Dilma e ex-presidente da Câmara dos Deputados, Aldo Rebelo (foto) tem sido uma das mais fortes vozes a alertar sobre os efeitos negativos causados pela recusa no licenciamento ambiental na Margem Equatorial. Para ele, é “evidente que a proibição obedeceu à pressão de ONGs internacionais que influenciam com suas teses as decisões do Ibama e do Ministério Público Federal e dos estados”.
Para lembrar, como o Petronotícias publicou, o pesquisador Luís Ercílio, da Universidade Federal do Pará (UFPA), afirmou que o Greenpeace manipulou dados científicos sobre a existência de corais vivos na bacia da Foz do Amazonas. Rebelo vai além e critica fortemente a atuação dessas ONGs no Brasil, dizendo que membros dessas entidades atuam quase como “administradores coloniais”. O ex-ministro afirma que “as ONGs internacionais já constituem um poder paralelo no Brasil, principalmente com forte presença na Amazônia”.
Rebelo alertou ainda que a Margem Equatorial é uma das únicas frentes de retomada do desenvolvimento econômico e do crescimento do país – e que a região Norte e o Brasil não podem perder essa oportunidade. “É de se destacar que a atividade da Petrobrás no Amapá já começava a beneficiar o estado, que tem 60% de sua população na pobreza, dependente da Bolsa Família e de outros programas de transferência de renda do Poder Público”, avaliou.
Ministro, para começar nossa entrevista, poderia relembrar aos nossos leitores qual a sua visão sobre a questão da exploração de petróleo na Margem Equatorial? Qual a relevância estratégica desse projeto para o Brasil?
A chamada Margem Equatorial é uma área do litoral brasileiro que vai do Rio Grande do Norte ao Oiapoque, na fronteira do Amapá com a Guiana Francesa. O Poço vetado pelo Ibama, a 180 km do litoral do Amapá e a 500 km da Foz do rio Amazonas, era apenas um poço experimental para estudo da viabilidade econômica da exploração naquela área.
É de se destacar que a atividade da Petrobrás no Amapá já começava a beneficiar o estado, que tem 60% de sua população na pobreza, dependente da Bolsa Família e de outros programas de transferência de renda do Poder Público.
A proibição não faz sentido, pois a Petrobrás é a empresa líder em perfuração em águas ultraprofundas, ou seja, com profundidade abaixo de 1.500 metros da lâmina d’água. É evidente que a proibição obedeceu à pressão de ONGs internacionais que influenciam com suas teses as decisões do Ibama e do Ministério Público Federal e dos estados. O resultado é que o Amapá e o Brasil perdem uma das únicas frentes de retomada do desenvolvimento econômico e do crescimento do País, que é a cadeia de petróleo e gás.
O senhor deu declarações recentes sobre manipulação/falsificação de pesquisas ambientais da UFPA e de outras instituições feitas pelo Greenpeace. O pesquisador Luís Ercílio, da UFPA, foi entrevistado pelo Petronoticias e disse que houve manipulação de dados. Como o país deve lidar com uma acusação tão séria de interferência de uma ONG internacional em uma questão estratégica para o país?
Em uma visita ao Museu Emílio Goeldi, em Belém, no começo desse ano, fui alertado por um geólogo que lá trabalhava, da inexistência de corais na Foz do Amazonas, e depois tomei conhecimento das opiniões do professor Ercílio, que vi publicadas em jornais de Macapá e de Belém. O resto da história já é conhecido, inclusive pela entrevista do professor Ercílio aqui publicada. Em outro país, no qual a agenda do interesse nacional fosse mais valorizada, provavelmente os responsáveis pela manipulação das informações sobre os corais da Foz do Amazonas já estariam respondendo na Justiça por crimes contra a economia popular e o interesse nacional.
Como o senhor vê o crescimento da influência do poder das ONGs na Amazônia?
As ONGs internacionais já constituem um poder paralelo no Brasil, principalmente com forte presença na Amazônia, onde disputam influência com outro poder paralelo que é o narcotráfico, hoje o maior empregador nos municípios da fronteira do Brasil com a Colômbia e o Peru. As ONGs internacionais e seus integrantes se comportam como os administradores coloniais britânicos na África, na China e na Índia no período colonial. Vivem na Amazônia em seus condomínios fechados, cultivando uma espécie de supremacia sobre os amazônidas da mesma forma que os ingleses cultivavam o sentimento supremacista sobre as populações da África, da China e da Índia.
Leia mais no site da AEPET