Camuflada de preocupação ambiental e climática, a Organização das Nações Unidas (ONU) anunciou na quinta-feira, 14, o Movimento Impacto Amazônia,uma iniciativa, segundo a entidade, de prevenção “com a sobrevivência da Amazônia,” e que traz à luz a necessidade de investimentos e políticas voltadas para a preservação da floresta, da valorização e proteção dos povos e territórios tradicionais da região e do alinhamento da tecnologia com a sustentabilidade. A informação é da Agência Brasil.
A ONU e também organizações não governamentais fizeram bem sucedida campanha para demonstrar que a Amazonia e o Brasil como um todo são responsavéis pela degradação ambiental, com emissão de CO2 na atmosfera, contribuindo para o efeito estufa. Os criminosos, no entanto, não somos nós.
Na verdade, a contribuição do Brasil é quase nada, nem 3%, mas insistem em brecar qualquer atividade econômica na regiao para evitar “degradação acelerada” mediante essa oferta surrada de opção para a vida produtiva – com muitos limites – na região.
Nos caluniam de degradação crescente, quando sabemos que apenas os Estados Unidos, no grupo de 23 países desenvolvidos que mais poluem, emitem, sozinho, 24,6% do CO2 espalhado no mundo (Global Carbon Project, 2021). O nosso índice foi de apenas 1,0%.
Essa preocupação com a “sobrevivência da Amazônia” é que move a aceleração da Agenda de 2030, o pacto feito em 2015 entre 193 Estados-Membros das Nações Unidas (ONU) para o Desenvolvimento Sustentável.
Vejam bem: uma Agenda para um mundo melhor! De lá para cá, as guerras, a fome e a desigualdade social foram drasticamente ampliadas, mas o povo rico só fica de olho nos bens do Brasil, mascarado por preocupação ambiental.
Como dizia Padre Vieira, eles não querem o nosso bem, querem os nossos bens! A Agenda 2030 é um engodo maior do que o mundo, e faltando sete anos para se atingir metas de oportunidade de trabalho, educação e saúde para todos o que vemos é o avanço da pobreza e da miséria no mundo.
O lema “Ninguém deixado para trás” é uma piada criminosa e desconcertante.
Anunciado durante a edição deste ano do Pacto Global da ONU no Brasil, na sede das Nações Unidas em Nova Iorque, o movimento é o primeiro no país voltado especificamente para a região amazônica, e com foco em compromissos públicos assumidos por empresas dos setores público e privado para alavancar o desenvolvimento sustentável da Amazônia.
Ouço falar e ja escrevi sobre desenvolvimento sustentável desde 1989 pelo menos. O conceito e prática em nada mudaram a vida do povo na Amazônia, com raras iniciativas bem sucedidas, felizmente.
E não mudaram, a meu ver, não porque não funciona mas porque as ferramentas para sua efetiva e permanente adoção não foram dadas em política de Estado, com ciência, pesquisa e tecnologia permanentes, orientação técnica ao pequeno e medio produtor rural. Apenas em escassas políticas propagandisticas alinhadas com a ambição mundial.
A ONU diz que a pesquisa Pulse de Cenário e Empresas e Amazônia, realizada em setembro com 160 empresas participantes do Pacto Global da ONU no Brasil, mostrou que 58,54% das empresas informaram já ter realizado análise dos riscos de operações diante da crise climática.
No entanto, 79,72% não analisaram os impactos da cadeia de fornecimento em relação ao envolvimento com o desmatamento na Amazônia.
De novo a preocupação com a Amazônia. Será que já analisaram riscos de operação diante da crise climática nos paises desenvolvidos altamente consumistas, que não abrem mão do consumo cada vez maior sacrificando o meio ambiente?
Olhem o papo furado: “De acordo com a ONU, o enfoque na preservação e no combate ao desmatamento é uma das formas de atingir diretamente outros compromissos da Agenda de 2030, como as ações climáticas, o consumo e produções responsáveis e agricultura sustentável, por exemplo.”
Repito: desde 89 ouço essa ladainha, numa bem urdida campanha para bloquear investimentos em infraestrutura e impedir atividades produtivas tradicionais, que felizmente, em algumas regiões como Rondonia e Pará, existem apesar de tudo, gerando emprego e renda para muitos amazônidas. Não fossem elas, a miséria humana seria ainda maior.
Diz ainda a Agência Brasil: “Carlo Pereira, CEO do Pacto Global da ONU no Brasil, ressaltou a importância de medidas urgentes de preservação e sustentabilidade da Amazônia. Para ele, as ações são urgentes, antes que a floresta chegue em um ponto em que não seja mais possível a existência da floresta e o equilíbrio ecológico mundial.”
Um discurso envolvente irrigado a muito dinheiro que enlaça muita gente que desconhece a Amazônia, no sofá deposita toda sua sapiência e devoção sobre a região, habitada por 30 milhões de pessoas.
O Amazonas está intacto em 95% de sua area teritorial, no Amapá quase não se tem terra para produzir, tudo preservado por meio de demarcação de areas de conservação e indigenas, Roraima idem e por aí vai, escapando dessa sina Rondonia, Acre e Pará.
É mentira demais, soberania de menos. E um governo alinhado às ambições clarividentes, com participação cada vez mais destemidas de agentes do governo americano nas agendas públicas do governo em Brasilia que tratam da Amazônia ou meio ambiente, irrigada à cooptação de maus brasileiros dentro e fora do espaço público e de dirigentes de organizações não governamentais que são os intermediários desse processo de soberania compartilhada que experimentamos.