Por causa da seca, Alckmin e ministros visitam Manaus nesta quarta, 4

O vice-presidente deve reforçar o anúncio feito pelo Ministério dos Transportes no dia 26 de destinar R$ 140 milhões para dragagem dos rios Madeira e Solimôes.
Vice-presidente e ministro Geraldo Alckmin. Foto: Divulgação/Fiesp.

O vice-presidente da República e ministro da Industria e Comércio Geraldo Alckmin visita Manaus, capital do Amazonas, nesta quarta-feira, 4, para discutir com o governador Wilson Lima e comitiva de ministros medidas para o enfrentamento da seca amazônica. Estima-se que a seca já afete pelo menos 500 mil pessoas no Amazonas, em Rondônia e no Acre

“Lá, vamos verificar, in loco, a questão da seca na Amazônia, que afeta não só o estado do Amazonas, mas também Rondônia, Acre”, afirmou o vice-presidente a jornalistas após coordenar uma reunião com auxiliares no Palácio do Planalto, na tarde desta terça-feira,3.

No último dia 26, em Brasília, os ministros dos Transportes e de Portos e Aeroportos se comprometeram com os governadores de Rondônia, Marcos Rocha (União) e do Amazonas Wilson Lima (PL) com R$ 138 milhões para dragagem nos rios Madeira e Solimões.

Ambos são importantes vias de escoamento de cargas e produtos da região. Na ocasião, a bancada de senadores dos Estados participou do encontro.

A primeira ação de dragagem ocorrerá no rio Solimões, no trecho de 8 quilômetros entre Benjamin Constant e Tabatinga, no valor de R$ 38 milhões. A expectativa é de que o trabalho seja concluído em 30 dias. A segunda será na chegada da foz do Rio Madeira, em um trecho de 12 quilômetros, ao custo de R$ 100 milhões, com finalização prevista em 45 dias.

No Amazonas, o governador já decretou emergência em 55 municípios, havendo já dificuldades para abastecimento de produtos em localidades mais afetadas pela seca, e nesta terça-feira, 3, a Secretaria de Educação de Manaus decidiu pelo término do ano letivo nas escolas ribeirinhas do Rio Negro por causa da dificuldade de alunos e professores chegarem até os estabelecimentos.

Dos 62 municípios amazonenses, 35 estão em situação de alerta, dois em atenção e dois em normalidade. Em Manaus, cidade que também está em emergência, a vazante do Rio Negro vem atingindo níveis baixíssimos nos últimos dias, e queimadas no entorno da capital tornaram chegaram a cobrir a cidade de fumaça.

A previsão é a de que os Waldez Góes (Desenvolvimento Regional), Sílvio Costa Filho (Portos e Aeroportos), Alexandre Silveira (Minas e Energia), José Múcio Monteiro (Defesa) e Marina Silva (Meio Ambiente) acompanhem o vice-presidente Geraldo Alckmin. Outros ministérios também devem marcar presença.

Além de se reunir com as autoridades locais, a comitiva do governo federal, segundo Alckmin, pretende visitar comunidades afetadas e conversar com lideranças locais, empresários e representantes da sociedade civil.

Um dos impactos ambientais da seca foram as mortes de botos cor de rosa e tucuxis no Lago Tefé, desde o dia 23,  registradas pelo Instituto  Mamirauá. Seus pesquisadores consideram que a elevação da água do lago, o calor e a seca contribuíram para esse desfecho. Segundo o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), o número de botos mortos na região chegou a 140, possivelmente por hipertermia

A autarquia federal vinculada ao Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima informou ter mobilizado equipes de veterinários e servidores do Centro de Mamíferos Aquáticos (CMA) e da Divisão de Emergência Ambiental, além de instituições parceiras para apurar as causas dessas mortes.

A temperatura da água chegou a 39,1°C, o que reduz o oxigênio dissolvido e pode causar a morte dos animais. Devido à água rasa, alguns botos têm ferimentos causados por lâminas de barcos a motor, já que não conseguem fazer mergulhos mais profundos.

O ICMBio tem um Comando de Incidentes na região desde 25 de setembro, em parceria com o Instituto Mamirauá. Há 48 pessoas atuando em campo, entre elas veterinários, biólogos e outros técnicos. O Ibama se somará ao grupo nos próximos dias.

Quase 200 brigadistas estão na região para o controle de incêndios. As ações se desenvolvem no combate à incêndio por desmatamento, mais ao sul do Amazonas e no entorno de Manaus, em incêndios urbanos, como queima e limpeza de quintais.