O Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) divulgou nesta quinta-feira, 7, o levantamento sobre feminicídio no Brasil ocorrido no ano de 2023. O Fórum faz o levantamento anual desde que houve a tipificação desse crime, por meio da lei 13.104, de 2015.
Em 2023, 1.463 mulheres foram vítimas de feminicídio, o maior número já registrado no espaço de 9 anos, desde que a pesquisa começou a ser feita. O número significa uma taxa média nacional de 1,4 mulheres mortas para cada 100 mil. É uma mulher morta a cada 6 horas.
As pesquisadoras Samira Bueno, Isabela Sobral, Amanda Lagreca, Thais Carvalho e Beatriz Almeida trabalharam na análise de informações de casos notificados oficialmente na polícia como feminicídio. O levantamento revela que em relação ao ano anterior, 2022, houve um aumento de 1,6% de casos.
No período acumulado de 9 anos de análise dos dados de feminicídio, o Brasil registra 10.655 mulheres mortas decorrente de violência doméstica em razão da condição de sexo feminino, menosprezo à condição feminina e discriminação.
Mato Grosso foi o Estado que apresentou em 2023 a maior taxa (2,5) de feminicídio por 100 mil, mas apesar da taxa elevada teve redução de 2,1% na vitimização por feminicídio, porque teve menos um registro absoluto em 2023.
“Empatados em segundo lugar, os estados mais violentos para mulheres foram Acre, Rondônia e Tocantins, com taxa de 2,4 mortes por 100 mil,” diz o levantamento.
Contudo, Rondônia conseguiu reduzir em 20,8% a taxa de feminicídios, saindo de 24 mortes em 2022 para 19. Acre e Tocantins, por outro lado, tiveram crescimento de, respectivamente, 11,1% e 28,6%.
O Distrito Federal aparece na terceira posição, cuja taxa foi de 2,3 por 100 mil mulheres, variação de 78,9% entre 2022 e 2023. O total de mulheres mortas por razões de gênero passou de 19 vítimas em 2022 para 34 vítimas no ano passado.
O feminicídio é considerado um crime hediondo e o coloca num patamar de penas altas, de 12 a 30 anos. A pesquisa está abaixo.