Operação da PF investiga desvio e lavagem de dinheiro que pode chegar a R$ 1,7 bi, no PA

Servidores publicos e empresarios sao investigados por crimes de organização criminosa, lavagem de dinheiro, corrupção ativa e passiva entre outros. 
Operação Plenitude envolve CGU, PF e Receita Federal. Foto: Reprodução/CGU.

A Polícia Federal desencadeou nesta terça-feira, 30, a Operação Plenitude, realizada em parceria com a Receita Federal e Controladoria Geral da União (CGU) para apurar desvio de recursos e lavagem de dinheiro praticados por uma suposta organização criminosa, da qual fazem parte servidores públicos e empresas. 

A principal empresa envolvida na investigação, segundo a CGU, atua no Pará prestando serviços de engenharia sanitária e rodoviária para entes públicos há décadas, sendo um dos maiores credores de entes públicos no estado, tendo sido constatadas movimentações atípicas de R$ 1,7 bilhão no período de 2017 a 2022. O pilar do esquema criminoso seria centrado nessa empresa.

As diligências da Operação Plenitude tratam do cumprimento de 46 mandados de busca e apreensão, além do bloqueio de ativos da ordem de R$ 1,7 bilhão. Elas acontecem nos municípios paraenses de Belém, Benevides, Parauapebas, Ananindeua, Santa Maria do Pará e São Miguel do Guamá, além de Barueri (SP).

O trabalho conta com a participação de 10 servidores da CGU, 13 da Receita e 152 policiais federais.

Os investigados poderão responder pela prática dos crimes de organização criminosa, lavagem de dinheiro, corrupção ativa e passiva entre outros.

Com o trabalho feito pela CGU, foram identificados licitações e contratos relacionados com a principal empresa investigada, financiados por recursos do governo federal, sobretudo na saúde, detectando restrição de competitividade e habilitação irregular da vencedora.

Os recursos envolvidos incluem altos valores que deveriam ser destinados às áreas da saúde, saneamento e limpeza urbana. “O Pará é um dos estados com os piores índices de saneamento básico e coleta direta ou indireta de lixo. A má aplicação e o desvio dos recursos objeto da investigação impacta diretamente na qualidade dos serviços prestados, agravando ainda mais a situação da população,” diz a CGU.

A CGU, por meio da Ouvidoria-Geral da União (OGU), mantém a plataforma Fala.BR para o recebimento de denúncias. Quem tiver informações sobre esta operação ou sobre quaisquer outras irregularidades, pode enviá-las por meio de formulário eletrônico. A denúncia pode ser anônima, para isso, basta escolher a opção “Não identificado”.

O cadastro deve seguir, ainda, as seguintes orientações: No campo “Sobre qual assunto você quer falar”, basta marcar a opção “Operações CGU”; e no campo “Fale aqui”, coloque o nome da operação e a Unidade da Federação na qual ela foi deflagrada.

Com informações da CGU.