Pela segunda vez na presidência do Tribunal Superior Eleitoral, com posse realizada nesta noite de segunda-feira, 3, a ministra Cármen Lúcia fez um discurso centrado “no ódio e violência” que se espalham pelas redes sociais, dizendo que são parte de um instrumento de disseminação do medo, com mentiras que se configuram num “desaforo tirânico contra a integridade das democracias”.

A ministra disse que a alternância na Presidência do Tribunal Superior Eleitoral é uma cerimônia que se repete porque a “Republica assim exige, a Constituição Federal determina e a democracia impõe.”

A seguir disse que o que distingue o momento atual de outros processos nos quais a Justiça Eleitoral atuou é “o ódio e a violência agora utilizados como instrumentos antidemocráticos para garrotear a liberdade e contaminar os cidadãos pelo vírus do medo.”

Cármen Lucia, que já presidiu a Corte eleitoral entre 2012-2013, citou Rui Barbosa ao dizer que o juiz não pode ser covarde, garantindo que em cerca de “6 mil eleições este ano no país” haverá segurança e transparência nas eleições.

Realçou o papel dos servidores da Justiça Eleitoral, comprometidos, conforme disse, em fazer com que o processo eleitoral ocorra simultaneamente em mais de 96 mil locais de votação com cerca de 570 mil urnas eletrônicas.

Cármen Lúcia elogiou o antecessor, ministro Alexandre de Moraes. “A atuação desse grande ministro foi determinante para a realização de eleição segurança e transparente em momento de grande perturbação provocada pela atuação de antidemocráticos que buscaram quebrar os pilares das conquistas republicanas dos últimos 40 anos,” disse.

Elogios também ocorreram da parte de Moraes. “A ministra Cármen Lúcia é fonte de admiração não só por parte de seus familiares, mas é também motivo de orgulho e admiração de todos nós da área jurídica e da sociedade. É notável professora, reconhecida nacional e internacionalmente, e a única mulher da história do Brasil a ser presidente do STF, e agora pela segunda vez a presidir o TSE.”

Cármen Lúcia disse que o as plataformas têm grande responsabilidade pela propagação do ódio e violência.

“O algoritmo do ódio senta-se à mesa de todos. Ódio e violência não são gratuitos. São instigados por mentiras e vilanias. E essa reprodução parece instransponível, mas não é. Deve ser combatida com a informação séria e responsável.”

“A mentira nas redes é um instrumento de covardes e egoístas”, afirmou Cármen Lúcia, completando que se não rompermos o estado de “cativo digital chegará o dia em que as mentiras nos matarão.”

Cármen Lúcia permanecerá na presidência do TSE até às vésperas da eleição geral de 2026.