Ainda não é oficial, mas a informação circula na imprensa do país: uma das propostas do pacote de corte de gastos do governo federal prevê mudança na política de aumento do salário mínimo. A proposta, que o presidente Lula deve acatar, é limitar o aumento a 2,5%, percentual estabelecido no arcabouço fiscal para o limite de despesas, além da inflação.
Segundo um dos jornais, o Estadão, o mínimo de aumento seria 0,6%, além da inflação.
Hoje, com o retorno de Luiz Inacio Lula da Silva ao poder, a política de valorização do salário mínimo prevê reajuste pela inflação e Produto Interno Bruto (PIB) de dois anos anteriores à data do reajuste. Esta medida é uma política de orgulho do PT, adotada desde 2004, e que foi interrompida após o impeachment de Dilma Rousseff, em 2016.
O governo federal promoveu na semana passada uma série de reuniões com sua equipe de economia e ministros das pastas que podem ser mais afetadas com os cortes, mas ainda não ira fechar o pacote esta semana, segundo a imprensa nacional.
O anúncio das medidas deverá ser feito pelo petista após o fim da cúpula do G-20, na semana que vem.
Não se sabe ainda se outra medida, a desvinculação do reajuste do Beneficio de Prestação Continuada (BPC) ao mínimo, será mesmo adotada. Há uma resistência forte a esta proposta da equipe econômica por parte do ministro da Previdência, Carlos Lupi (PDT), que ameaçou deixar o cargo caso direitos de aposentados, vulneráveis e portadores de deficiência sejam retirados.