Jair Bolsonaro, generais Augusto Heleno e Braga Netto e mais 34 são indicados pela PF

Jair Bolsonaro e ex-ministros foram indiciados por organização criminosa, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e golpe de Estado. Foto: Isac Nóbrega/PR.

Foram indiciados nesta quinta-feira, 21, pela Polícia Federal no inquérito que investigava uma tentativa de golpe de Estado no Brasil o ex-presidente Jair Bolsonaro, o presidente do PL Valdemar Costa Neto, os generais Augusto Heleno e Braga Netto e outras 33 pessoas.

Todos os 37 foram indiciados pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito; golpe de Estado e organização criminosa. O plano de golpe teria sido tentado após o resultado das eleições, quando Bolsonaro saiu derrotado.

O relatório da Polícia Federal foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF).

Segundo a PF, as provas contra os indiciados foram obtidas por meio de diversas diligências policiais realizadas ao longo de quase dois anos, com base em quebra de sigilos telemático, telefônico, bancário, fiscal, colaboração premiada, buscas e apreensões, entre outras medidas devidamente autorizadas pelo Poder Judiciário.

As investigações apontaram que os envolvidos se estruturaram por meio de divisão de tarefas, o que permitiu a individualização das condutas e a constatação da existência de ao menos seis núcleos: o de Desinformação e Ataques ao Sistema Eleitoral; o Responsável por Incitar Militares a Aderirem ao Golpe de Estado; o Jurídico; o Operacional de Apoio às Ações Golpistas; o de Inteligência Paralela e o Núcleo Operacional para Cumprimento de Medidas Coercitivas.

O inquérito concluído abrange o envolvimento nos atos de 8 de janeiro, tramas golpistas durante as eleições presidenciais de 2022, bem como o plano para assassinar o então presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o então vice-presidente eleito Geraldo Alckmin (PSD) e o ministro do STF Alexandre de Moraes.

A PF sustenta que o ex-presidente Jair Bolsonaro sabia da trama para matar estas autoridades.

Foram indiciados ainda o ex-ministro do governo Anderson Torres (Justiça), o ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ) e os ex-assessores de Bolsonaro, Marcelo Câmara, e tenente-coronel Mauro Cid, ajudante de ordens, que novamente depois hoje diretamente ao ministro Alexandre de Moraes.

  1. Ailton Gonçalves Moraes Barros
  2. Alexandre Castilho Bitencourt da Silva
  3. Alexandre Rodrigues Ramagem
  4. Almir Garnier Santos
  5. Amauri Feres Saad
  6. Anderson Gustavo Torres
  7. Anderson Lima de Moura
  8. Angelo Martins Denicoli
  9. Augusto Heleno Ribeiro Pereira
  10. Bernardo Romao Correa Netto
  11. Carlos Cesar Moretzsohn Rocha
  12. Carlos Giovani Delevati Pasini
  13. Cleverson Ney Magalhães
  14. Estevam Cals Theophilo Gaspar de Oliveira
  15. Fabrício Moreira de Bastos
  16. Filipe Garcia Martins
  17. Fernando Cerimedo
  18. Giancarlo Gomes Rodrigues
  19. Guilherme Marques de Almeida
  20. Hélio Ferreira Lima
  21. Jair Messias Bolsonaro
  22. José Eduardo de Oliveira e Silva
  23. Laercio Vergilio
  24. Marcelo Bormevet
  25. Marcelo Costa Câmara
  26. Mario Fernandes
  27. Mauro Cesar Barbosa Cid
  28. Nilton Diniz Rodrigues
  29. Paulo Renato de Oliveira Figueiredo Filho
  30. Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira
  31. Rafael Martins de Oliveira
  32. Ronald Ferreira de Araujo Junior
  33. Sergio Ricardo Cavaliere de Medeiros
  34. Tércio Arnaud Tomaz
  35. Valdemar Costa Neto
  36. Walter Souza Braga Netto
  37. Wladimir Matos Soares

Com informações da Agência Brasil.