É o fim do caminho. É o retrato da falência de uma nação. Quase 3,2 milhões de estudantes se submeteram ao Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), porta de acesso às universidades públicas, dele se sobressaindo com NOTA MÁXIMA na redação apenas e tão somente 12 brasileiros.
É a mais completa tradução da falência do Brasil. A elasticidade amazônica dos números a ninguém em Brasília incomoda de verdade. É negada até. Ninguém por lá, a começar pelo obscuro ministro da Educação, Camilo Santana, achou nada demais. Quem cala, consente.
A dúzia de heróis estudantes representa o menor número de alunos com nota máxima na redação dos últimos 10 anos.
Ao G1, o Ministério da Educação disse também que apenas um aluno da rede pública tirou a nota máxima. O restante é do ensino privado.
Esqueçam o discurso retórico de toda campanha eleitoral a favor da educação; tudo é retórica cínica mesmo. Do contrário não faltariam engenheiros no país, não teríamos um único analfabeto, não estaríamos no atraso abissal da leitura, escrita e das ciências exatas.
Não estaríamos entre os 10 países do total de 40 que fazem parte da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) que menos investem em educação.
O Brasil caminha para o fundo do poço. Paraiso de influenciadores digitais, pelo menos 500 mil, superior ao número de engenheiros civis e igual ao número de médicos.
E assim há de continuar. Em uma nação na qual são mais valorizados – inclusive pelos políticos – tagarelas inúteis semeando inutilidades e consumismo entre os jovens do que doutores e professores, o que se pode esperar?