No governo Lula, inflação dos ricos foi menor do que a dos pobres em 2024

Em comparação a 2023, a inflação só desacelerou para as faixas de renda média-alta e alta, ou seja, para os ricos.
Carne barata, promessa não cumprida de Lula, virou prato indigesto para o presidente. Foto Helio Monteferre/Ipea.

O indicador de inflação por faixa de renda produzido pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) para o acumulado do ano de 2024 constata que a inflação para os ricos (4,43%) foi menor do que para os pobres (5,02%).

O levantamento é feito com base nos dados do IBGE coletados para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação. Segundo o Ipea, na comparação de 2024 com 2023 houve uma aceleração da inflação para as quatros primeiras faixas de renda – rendas muito baixa, baixa, média baixa e média –  e uma desaceleração para as faixas de renda média-alta e alta.

Os domicílios de pobres (renda muito baixa) com renda menor de R$ 2.105,99,  viram a inflação sair de 3,27% em 2023 para 4,91% em 2024, enquanto os domicílios de ricos (renda alta), que recebem mais de R$ 21.059,93, viram a inflação anual cair de 6,22% em 2023 para 4,43% no último ano.

No caso dos alimentos, mesmo diante das deflações dos cereais (-0,98%), dos tubérculos (-7,2%) e dos leites e derivados (-0,63%), os efeitos da forte alta das proteínas animais, como carnes (5,3%) e aves e ovos (2,2%), além dos reajustes do óleo de soja (5,1%) e do café (5%), explicam, em grande parte, o impacto desse grupo para os segmentos das classes de rendas mais baixas em dezembro.

A alta dos combustíveis (0,7%), e o grupo de transportes, com reajustes nas tarifas de trem e de ônibus interestadual (3,8%) impactaram mais fortemente a inflação dos segmentos de renda mais baixa, enquanto os aumentos do transporte por aplicativo (20,7%) e das passagens aéreas (4,5%) pressionaram com mais intensidade a inflação das famílias de maior poder aquisitivo.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi eleito com a promessa de picanha e cerveja em rodas de churrasco nos lares brasileiros e colocar o pobre no orçamento, mas depois de 2 anos de governo o resultado mostra que os ricos são mais beneficiados com sua gestão, que mantem juros altos, gasta além das receitas e estourou o endividamento público. E o corte de políticas que aliviam os pobres é frequente até agora.