Ex-presidente (2003-2007) da Assembleia Legislativa de Rondônia, José Carlos de Oliveira, simplesmente Carlão de Oliveira, depois de anos foragido foi encontrado por agentes da lei na noite de sexta-feira, 28, em um hospital de São Paulo onde está internado.
A informação é do Ministério Público de Rondônia. A tarefa coube ao Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), em articulação com o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e 1ª Delegacia de Polícia de Capturas, ambos do Estado de São Paulo.
Os agentes cumpriram mandados de oito ordens de prisão abertas, das quais cinco decorrentes de condenação transitada em julgado. E ainda um mandado de prisão preventiva decorrente por condenação não transitada em julgado, um mandado de prisão preventiva e mandado de prisão em razão de revogação de benefício pelo Juízo da Vara de Execução de Penas e Medidas Alternativas de Porto Velho.
Com status de “Procurado,” as ordens estavam cadastradas no Banco Nacional de Medidas Penais e Prisões (BNMP) entre os anos de 2019 e 2024. Foram emitidas por juízes e desembargadores do Tribunal de Justiça de Rondônia, relativas a ações penais diversas envolvendo crimes de peculato, corrupção passiva, concussão e associação e organização criminosa entre outros.
Segundo o MP-RO, a soma das condenações nas ações transitadas em julgado é de 72 anos, 9 meses e 25 dias.
Só um não estava no esquema
O mais notório caso de corrupção protagonizado por Carlão de Oliveira ficou na história em função da Operação Dominó, primeira grande investigação do gênero em Rondônia.
Dos 24 deputados envolvidos no esquema de desvio de recursos públicos por meio de uma “folha paralela” de pagamento a servidores fantasmas, apenas um, Neri Firigolo, do PT, não se enredou na corrupção.
O caso envolveu inclusive outros poderes. Interceptações telefônicas autorizadas pela Justiça mostram que o esquema serviu também para troca de favores entre o Legislativo, o Tribunal de Justiça e o Tribunal de Contas do Estado. Esse esquema vigorou entre 2004 e 2005
Liderados por Carlão de Oliveira, os parlamentares teriam desviado o total de R$ 11.371.646,83 (onze milhões, trezentos e setenta e um mil, seiscentos e quarenta e seis reais e oitenta e três centavos) no período de junho de 2004 a junho de 2005.
Por se encontrar internado, em estado grave segundo o site Rondoniadinâmica, o ex-deputado Carlão de Oliveira não passou por audiência de custódia. Ele permanecerá internado, segundo o MP, sob escolta de policiais.
Doente e idoso, é provável que Carlos de Oliveira não termine seus dias na prisão.
Com informações do MP-RO e Blog da Mara.