Como era de se esperar, o ex-presidente Fernando Collor vai cumprir a pena que foi imposta pelo Supremo Tribunal Federal (STF), após dez anos da apresentação da denúncia pela Procuradoria Geral da República, em 2015, no recinto do lar. O ministro Alexandre de Moraes decidiu nesta quinta-feira, 1º, Dia do Trabalho, conceder a prisão domiciliar em caráter humanitário ao político, condenado a 8 anos e dez meses de prisão pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
A decisão é rápida em casos assim. Advogados pediram a poucos dias a prisão domiciliar, por causa da saúde de Collor, a PGR se manifestou na quarta-feira, 30, a favor, e hoje Moraes atendeu. A prisão domiciliar será acompanhada da tornozeleira eletrônica
Collor teria recebido mais de R$ 20 milhões em propina para garantir a assinatura de contratos fraudulentos da BR Distribuidora, empresa subsidiária da Petrobras, com a construtora UTC. Os crimes teriam ocorrido entre 2010 e 2014, quando ele, senador, se tornou aliado politico do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em seu segundo mandato. Conseguiu ter porteira fechada em tres das quatro diretorias da empresa, colocando diretores de sua confiança para operar os esquemas.
Os advogados de Collor apresentaram laudo médico mostrando que o ex-senador e ex-presidente , de 75 anos, trata as doenças de Parkinson, apneia do sono grave e Transtorno Afetivo Bipolar. Moraes teriam pedido mais documentos, não se sabe se a defesa os apresentou, dado o pouco tempo que a PGR consentiu com a domiciliar.
Levado à audiência de custódia quando preso, no dia 25, Collor disse que não tinha problema de saúde e que não tomava medicação. O fato é que no dia do trabalhador um privilegio é concedido mais uma vez a quem transita no andar de cima, como diz Elio Gaspari. Que ironia.
E olhe que na cadeia onde ficaria Collor um quarto e um banheiro privados garantiriam sua acomodação justa. Uma mansão, para onde foi, é a acomodação do escarnio e da impunidade.
Atualização 02/05/2025 14 h30