Investimentos chineses de R$ 27 bi passam por mina de cobre, delivery, semicondutores e rede de bebidas

Governo brasileiro anuncia, por meio da Apex, montante de investimentos por parte de empresas chinesas em Alagoas e Piauí, entre outras regiões.
Observado pelo presidente Lula, Jorge Viana, da Apex, assina acordos com empresas Foto: Ricardo Stuckert.

Com Presidência da República

Por meio da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil), o governo anunciou nesta segunda-feira, 12, investimentos chineses da ordem de R$ 27 bilhões, durante o encerramento do Fórum Empresarial Brasil-China, em Pequim, que contou com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Esta é a quarta visita de Estado à China, a terceira em pouco mais de 2 anos.

“Hoje demos mais um passo para fortalecer nosso intercâmbio bilateral e criar oportunidades de comércio e desenvolvimento. China e Brasil são parceiros estratégicos e atores fundamentais nos temas globais. Apostamos na redução das barreiras comerciais e queremos mais integração”, afirmou Lula.

Uma das maiores montadoras chinesas, a GWM anunciou investimento de R$ 6 bilhões para expansão de suas operações no Brasil, ponto de onde exportará para a América do Sul e México.

A Meituan, plataforma chinesa de delivery, investirá cerca de R$ 5 bilhões para atuar no mercado de entrega, por meio do aplicativo Keeta.

O plano da empresa prevê a geração de 100 mil empregos indiretos nos próximos 5 anos, e a instalação de uma central de atendimento no Nordeste, com 3 a 4 mil empregos diretos.

O presidente da ApexBrasil, Jorge Viana, considerou positivo os resultados do Fórum e afirmou que foram recebidas mais de 750 inscrições para participar do encontro. “Mais de 200 empresários brasileiros e mais de 500 empresários chineses. O resultado é que realizamos um grande encontro empresarial,” disse.

Viana disse que 25% de tudo que o Brasil importa vem da China. “Estamos aqui com 20 setores da economia do Brasil: só do agronegócio e da agricultura são 13. E, quando nós pegamos a segurança alimentar, a produção agrícola, agropecuária, que a China importa, a China importa US$ 215 bilhões — 25% vêm de empresas e grupos brasileiros”, registrou. Ele registrou a presença dos governadores Jerônimo Rodrigues (Bahia) e Rafael Fonteles (Piauí) no evento.

A empresa estatal chinesa CGN irá investir mais de R$ 3 bilhões em um HUB de energia renovável no Piauí. Serão investimentos na geração de energia eólica, energia solar, armazenamento de energia e energia termosolar, gerando mais de 5.000 empregos na construção das unidades.

A Mixue, maior rede chinesa de bebidas no mundo, com mais de 45 mil lojas, vai comprar produtos brasileiros e iniciar operação no Brasil investindo R$ 3,2 bilhões, com estimativa de gerar 25 mil empregos até 2030.

Mina de cobre em Alagoas

Em Alagoas, no Nordeste, a Baiyin Nonferrous Group, grupo minerador chinês, pretende adquirir a mina de cobre Serrote, com um investimento total de R$ 2,4 bilhões.

A DiDi, dona do aplicativo 99 táxi, anunciou investimento no setor de delivery e a construção de 10 mil pontos públicos de recarga para promover a eletrificação de veículos no Brasil.

Empresa chinesa de semicondutores, a Longsys anunciou investimento de R$ 650 milhões, sobretudo destinados ao aumento da capacidade produtiva de fábricas de semicondutores de São Paulo e Amazonas.

A empresa brasileira Nortec Química, maior produtora de Insumos Farmacêuticos Ativos (IFAs) da América Latina, firma parceria com as empresas chinesas, Acebright, Aurisco e Goto Biopharm, da ordem de R$ 350 milhões, para a construção de uma plataforma industrial de IFAs no Brasil.

Café e cinema brasileiros

A ApexBrasil firmou acordos com Luckin Coffee para promoção do café brasileiro; com Huaxia Film para promover o cinema nacional; e com a rede de supermercado Hotmaxx, para venda de produtos brasileiros no varejo.

Segundo ainda o governo, foram firmados os seguintes acordos:

  • Eurofarma e Sinovac criarão o Instituto Brasil-China para a Inovação em Biotecnologia e Doenças Infecciosas e Degenerativas
  • Raízen Energia e SAFPAC estabelecem as bases para discussão e potencial acordo de longo prazo para fornecimento de bioetanol pela Raízen à SAFPAC, visando a produção de Combustível Sustentável de Aviação (SAF) na China.
  • A REAG Capital Holding e a CITIC Construction cooperam no âmbito do programa nacional de conversão de pastagens degradadas em sistemas de produção agrícola e florestal sustentável no Brasil.
  • A ABES, Associação Brasileira das Empresas de Software, e o ZGC, mais importante parque tecnológico chines, fomentam parcerias em inteligência artificial, infraestrutura de dados, expansão de mercados e capacitação de talentos.
  • Fiocruz e a chinesa Biomm, do setor farmacêutico, investem na produção local de insulina, fortalecendo o fornecimento estável de insulina no Brasil e beneficiando 16 milhões de pessoas com diabetes.