Monitoramento feito com o Q-Insider, ferramenta da Quaest especializada em social listening, nos aplicativos de mensageria WhastApp, Telegram e Discord, constata que a fraude do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) dominou as conversas nas últimas semanas.
O escândalo, revelado no dia 23 de abril por meio da operação policial Sem Desconto, gerou 2,6 vezes mais mensagens do que a suposta taxação do PIX, considerando, segundo a Quaest, os 15 primeiros dias de repercussão do caso.
A análise foi realizada entre os dias 21 de abril e 7 de maio de 2025, em mais de 30 mil grupos públicos dos três sistemas de mensageria. Em média, o conteúdo relacionado à fraude alcançou 818 mil pessoas por dia.
As mensagens monitoradas revelam ter ocorrido três momentos de repercussão nos grupos. A revelação da fraude, 23 de abril, quando veio à tona a dinâmica do esquema de descontos ilegais de aposentados e pensionistas, foi o primeiro deles, de conteúdo majoritariamente informativo.
Com o detalhamento do caso, em 29 de abril, quando parcialmente veio a público relatório da Polícia Federal, as mensagens evidenciaram conteúdo mais acusatório entre grupos de direita e esquerda.
Em grupos de direita, segundo o monitoramento, surgiram menções ao possível envolvimento do irmão do presidente Lula, Frei Chico, vice-presidente de sindicato, tentando vincular ao caso à presidência do país.
Em 6 de maio ocorreu o momento de maior pico. Foi quando a divulgação de um vídeo do deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) inundou as redes sociais, responsável, sozinho, por 20% de todos os links compartilhados sobre o tema. Nas 24 horas seguintes à publicação, as menções ao escândalo cresceram 204%.
O monitoramento com uso do Q-Insider apontou que o escândalo envolvendo subtração de recursos direto da conta de aposentados e o INSS não apenas gerou alto volume de mensagens como também tomou o lugar de outras pautas políticas.
O tema superou, em repercussão, as discussões sobre a saúde do ex-presidente Jair Bolsonaro e sobre a anistia aos envolvidos nas invasões dos prédios dos Três Poderes no 8 de janeiro.
As mensagens analisadas apresentaram um tom amplamente negativo. O índice de sentimento líquido (NET) registrado foi de -47, um valor que reflete o alto grau de insatisfação dos usuários. Apenas 3% das mensagens coletadas demonstraram algum tipo de apoio de defesa ao governo.
Divulgação feita pela Quaest a respeito desse monitoramento informa que o Q-Insider é uma ferramenta de inteligência digital da empresa de pesquisa que “analisa os grupos públicos de mensageria para identificar tendências, captar sentimentos e entender o que realmente movimenta o debate político no Brasil.”
Com informações da Quaest.