Blog da Mara com informações do Estado de São Paulo
O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, sugeriu neste domingo, 22, durante viodeoconferência com prefeitos do país, adiar as eleições municipais de 2020 por causa da pandemia do coronavírus. Segundo ele, a preocupação é a de que os interesses eleitorais influenciem medidas para contenção do novo coronavírus.
A sugestão, porém, não encontra apoio no meio político e nem no judiciário. A avaliação é a de que a proposta está “fora de hora”, e que os poderes devem focar atuação no enfrentamento da doença e consequências da crise econômica.
“Está na hora de o Congresso falar: ‘adia’, faz um mandato tampão desses vereadores e prefeitos. Eleição no meio do ano… uma tragédia, por que vai todo mundo querer fazer ação política”, disse Bolsonaro.
O adiamento das eleições de outubro é uma ideia que já circula nos bastidores do Congresso Nacional. Parlamentares favoráveis à medida já elaboram Propostas de Emenda à Constituição (PECs) para alteração da data.
O ministro do Supremo Tribunal Federal Luís Roberto Barroso, que assumirá a presidência do Tribunal Superior Eleitoral em maio, no lugar de Rosa Weber, disse em nota ser papel do Congresso decidir a respeito.
“Se o adiamento vier a ocorrer, penso que ele deva ser apenas pelo prazo necessário e inevitável para que as eleições sejam realizadas com segurança para a população. A realização de eleições periódicas é um rito vital para a democracia”, afirmou.
“Hora de focar no enfrentamento da crise. Vamos cuidar do combate ao vírus”, disse o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia. “Se a projeção na curva de contaminação do ministro Mandetta estiver certa, não haverá necessidade de adiar a eleição”.
Luiz Mandetta previu, no dia 20, um aumento das infecções em abril, maio e junho, seguido de estabilização em julho e agosto, e decréscimo da curva de contaminação em setembro.
Para outras lideranças ouvidas pelo Estado, como o senador Ciro Nogueira (PP-PI), se as previsões do ministro estiveram corretas, é justamente o contrário do que diz Maia. “Realmente fica inviável ter eleição este ano. Tem de ser debatido.”