Blog da Mara com informações do G1
O Conselho Regional de Medicina do Estado de Rondônia (Cremero) apresentou nesta sexta-feira,27, à imprensa, pesquisa realizada por Ana Lucia Escobar e Vinícius Ortigosa Nogueira, médicos, pesquisadores e conselheiros da entidade, sobre a expansão do coronavírus em Rondônia.
A evolução do comportamento do Covid-19 no estado foi dividida em duas perspectivas: cenários otimista e pessimista.
O cenário pessimista tem por base estimativas feitas pelo Centro de Pesquisas do Hospital Sarabá, em São Paulo, que apontam que a Covid-19 pode, a cada 7,2 dias, se decuplicar, ou seja, se multiplicar por 10.
Com isso, partindo da informação de que em Rondônia até 25 de março existiam 5 casos confirmados, a projeção é a de que até 2 de maio o número salte para 500 mil.
A cada 7,2 dias
Data |
Previsão de casos |
25 de março |
5 |
1º de abril |
50 |
8 de abril |
500 |
15 de abril |
5 mil |
22 de abril |
50 mil |
2 de maio |
500 mil |
Numa projeção otimista, Rondônia poderá ter 134.582 novos casos confirmados do novo coronavírus até maio de 2020.
Nesse cenário, a distribuição dos casos estimados considera a população residente no estado e a taxa de ataque [taxa de letalidade], conforme cada faixa etária. Para a quantidade populacional foram usadas informações do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Para interpretar a tabela abaixo leia assim: moram em Rondônia 132.095 crianças de 0 a 4 anos, e como a taxa de ataque para esse grupo é de 7,4%, há uma previsão de 9.775 casos para essas pessoas.
Para os 159.360 jovens de 20 a 24 anos que moram em Rondônia a previsão é de que 9.562 casos sejam confirmados nesse grupo, cuja taxa de ataque é de 6%.
Para os 117.965 adultos de 45 a 49 anos, os dados esperam 5.780 casos confirmados, com taxa de ataque de 4,9%. Quando se trata dos idosos de 65 a 69 anos espera-se 7.002 casos confirmados entre a 45.470 pessoas, com taxa de ataque em 15,4%.
Confira a tabela completa:
Faixa etária | População residente | Taxa de ataque | Casos previstos |
0 a 4 anos | 132.095 | 7,4% | 9.775 |
5 a 9 anos | 139.864 | 7,4% | 10.350 |
10 a 14 anos | 150.104 | 7,1% | 10.657 |
15 a 19 anos | 162.901 | 7,1% | 11.566 |
20 a 24 anos | 159.360 | 6% | 9.562 |
25 a 29 anos | 166.858 | 6% | 10.011 |
30 a 34 anos | 165.612 | 6% | 9.937 |
35 a 39 anos | 159.994 | 6% | 9.600 |
40 a 44 anos | 138.044 | 4,9% | 6.764 |
45 a 49 anos | 117.965 | 4,9% | 5.780 |
50 a 54 anos | 104.259 | 9,1% | 9.488 |
55 a 59 anos | 87.657 | 9,1% | 7.977 |
60 a 64 anos | 65.177 | 15,4% | 10.037 |
65 a 69 anos | 45.470 | 15,4% | 7.002 |
70 a 74 anos | 28.676 | 9,7% | 2.782 |
75 a 79 anos | 17.532 | 9,7% | 1.701 |
80 a 84 anos | 9.875 | 9,7% | 958 |
85 a 89 anos | 4.417 | 9,7% | 428 |
90 anos e mais | 2.132 | 9,7% | 207 |
Total | 1.857.992 | 134.582 |
Fonte: Cremero
O Cremero disse que a pesquisa foi feita para mostrar à população e autoridades o que está por vir e como se preparar para a situação.
“Estamos observando com muita preocupação a letargia do poder público estadual em prover seguranças e ações efetivas de enfrentamento a pandemia. Os números apresentados são preocupantes e não estamos preparados para eles”, disse Vinicius.
Entre as fontes citadas para a pesquisa estão a Associação de Medicina Intensiva Brasileira, Associação Brasileira de Infectologia, o Centro de Pesquisa Clínica do Hospital Sabará, e artigos internacionais, um deles desenvolvido na China “Epidemiology and Transmission of COVID-19 in Shenzhen China“.