Solidariedade atua para se fortalecer e disputar prefeituras em até 12 municípios

O Solidariedade irá lançar, em Porto Velho, a pré-candidatura do delegado da Polícia Civil Elizeu Müller; partido tem outros planos para Daniel. Foto: Lusangela França.

Blog da Mara

Presidente do Solidariedade (SD) desde meados do ano passado, após deixar o PSB, o ex-governador Daniel Pereira disse ao Blog que a presença do partido alcança praticamente 70% da população de Rondônia, mas que precisava se regularizar perante a “burocracia da justiça eleitoral” com a documentação necessária para seu funcionamento e participação nas eleições de 2020.

“Estamos agora organizados em 18 dos 52 municípios e, com algumas exceções, organizados na maioria das grandes regiões. Destes municípios, em pelo menos 10, podendo chegar a 12, teremos pré-candidaturas a prefeito”, disse Daniel.

Ele confirma que Porto Velho, o maior colégio eleitoral, é um deles, e o nome a ser lançado é o do delegado da Polícia Civil Elizeu Müller, que do mesmo modo que outros colaboradores do governo de 9 meses de Daniel filiou-se ao SD. O próprio Daniel é cogitado para a disputa, mas correligionários e apoiadores têm outros planos para o ex-governador.

Além da capital, a legenda prepara pré-candidaturas para disputa em Ariquemes, Cujubim, Buritis, Machadinho, Ji-Paraná, Presidente Médici, Rolim de Moura, São Francisco do Guaporé e Costa Marques.

Em Cacoal, revela, o partido terá candidatura a vice-prefeito, e em “outros municípios estamos organizados para fortalecer nominata de vereadores ou emplacar nomes para também disputar a vice-prefeitura.”

“Dadas as condições que tínhamos, procuramos fazer  o melhor possível,  e esperamos sair do processo eleitoral, com a próxima eleição de prefeito, bem mais fortalecido do que a existência do Solidariedade até então”, afirma Daniel.

Ruim para a democracia

O blog quis saber a opinião de Daniel Pereira, experiente político, com 30 anos de vida pública, sobre o fim das coligações proporcionais¸ ou seja, candidatos a vereador, a deputado estadual e federal disputarão a eleição pelo seu partido sem aliança com nenhum outro.

“Vejo como um avanço. Temos no país mais de 30 partidos políticos, e a maioria são sigla de aluguel. Serve para moeda de barganha, de troca, e isso é ruim para a democracia”, diz Daniel.

A Constituição, lembra o atual superintendente do Sebrae-RO, admite o pluripartidarismo, então é possível ter tantos partidos quanto a sociedade entenda que sejam precisos. “Porém, tem de ser partidos de verdade, existentes não apenas com o CNPJ, mas com atuação, ideias, contribuição para dentro da sociedade,” diz Daniel Pereira.

O fim das coligações proporcionais irá obrigar, segundo Daniel, os partidos a se organizarem. “Vai sobreviver aqueles que conseguirem se organizar. Aqui acontecem coisas esquisitas. Vamos supor uma aliança PT e DEM. O eleitor vota no vereador do PT e elege do DEM ou vice-versa. Do ponto de vista programático um não tem nada a ver com o outro. É enganar o eleitor. O fim da coligação proporcional acaba com essa marmota”, afirma.

Cavalo de tróia

Quem sobreviver, quem conseguir se organizar, vai dizer para a sociedade o que quer para o pais, sua região, cidade. “Esta regra, que já existiu no passado, está sendo usada agora como laboratório, os partidos podem vir a mudar em 2022. Se depender de mim será mantida,” afirma o presidente do Solidariedade.

“Quero que o país tenha tantos quantos partidos que realmente existam. E existem quando montam nominatas completas  ou nominatas parciais e participem do processo eleitoral em nome próprio e não como cavalo de troia como a gente tem visto na vida pública do Brasil”, diz Daniel Pereira.