Grupo de ex-aliados sustenta ação em três pilares: liberalismo, combate à corrupção e Estado Democrático de Direito.
Parlamentares identificados com a direita criaram a Frente Democrática Independente, em defesa do Fora Bolsonaro e alinhada à sustentação de três pilares: liberalismo, combate à corrupção e Estado Democrático de Direito. São, em sua maioria, ex-aliados que admitem não haver condições de Jair Bolsonaro seguir governando o país.
A Frente é anunciada no dia em que é o presidente é confrontado com o vazamento do conteúdo da reunião ministerial do dia 22 de abril. O que majoritariamente a imprensa explorou foi a informação de que sim, o ex-ministro Sergio Moro não mentiu sobre o que foi dito pelo presidente, e a nota bombástica segundo investigadores que viram o vídeo da reunião na manhã de terça-feira, 12, dá conta de que Bolsonaro com todas as letras insinuou que a mudança na superintendência da Policia Federal no Rio deveria acontecer porque sua família precisava ser protegida.
A ideia da Frente, que já tem logomarca, artes personalizadas dos parlamentares com a hastag Fora Bolsonaro e o slogan “Nunca foi tão fácil escolher o lado certo da história!”, é unir apoiadores e demais cidadãos que se arrependeram de votar em Jair Bolsonaro, que estão decepcionados com o presidente e/ou que querem impedir sua escalada autoritária, sejam eles a favor ou não do impeachment.
Os deputados federais Júnior Bozella (PSL) e Kim Kataguiri (DEM), ambos de São Paulo, alinharam a formatação da Frente. Além deles, já fazem parte do grupo os deputados federais Marcelo Calero (Cidadania-RJ), Professora Dayanne Pimentel (PSL-BA), Nereu Crispim (PSL-RS), Joice Hasselmann (PSL-SP) e Alexandre Frota (PSDB-SP), além de deputados estaduais como Arthur do Val (Patriota-SP) e líderes de movimentos como Renan Santos, do MBL.
A Frente resgata as cores verde-amarela, entregue às ações violentas dos extremistas apoiadores de Bolsonaro. Quem sabe, por sua formação jovem e apartidária, a Frente traga alguma esperança, e quem sabe mais ainda se a amalgama agregar experiências políticas fora da órbita brasiliense e produzir ações políticas consistentes possa surgir uma terceira via para a disputa de 2022.
É preciso seguir acreditando. Por enquanto, se houver alguma dedicação à tarefa de defender a democracia aviltada por escrotos que dia sim outro também ridicularizam perante o mundo a 8ª economia mundial, já está de bom tamanho.
Uma frente suprapartidária cogitada no ano passado, pelas legendas mais antigas e graúdas, deu em nada, era de se esperar.
A democracia no Brasil pede socorro.