É pouco tempo para se gastar com arapuca e indecisão; candidatos não podem errar

Para o eleitorado indeciso, órfão do 1º turno e com a pulga atrás da orelha sobre as candidaturas postas, esse começo é indesejável.
Anúncio do debate em emissora de TV. Foto: Reprodução/Rede social.

É tudo muito estranho, e para o eleitorado indeciso, órfão do primeiro turno e com a pulga atrás da orelha sobre as candidaturas postas, esse começo é indesejável. 

O segundo turno começou com a acusação, pelo prefeito Hildon Chaves (PSDB), de que assessores da adversária Cristiane Lopes (PP) teriam armado uma “arapuca” para que Chaves não participasse do debate que a SIC TV promove no sábado, 21 de novembro.  Num vídeo divulgado no facebook, ele diz ter sido procurado por pessoas da equipe da vereadora com uma “informação e um pedido.”

A informação: Cristiane teria piorado do quadro de Covid-19. O pedido: se ele poderia abrir mão do debate em razão dessa condição de saúde da candidata. Pois bem, o candidato teria aquiescido.

Depois disso, Cristiane veio a público, também pelo facebook, para dizer que Hildon Chaves sofria de “amnésia”, era contra a reeleição, depois se candidatou e “tem um grande problema na vida com a palavra indecisão,” dando a entender que o prefeito mudou de ideia e resolveu depois participar do debate.

Cristiane Lopes fala que veio a público “restabelecer a verdade” depois de ver a manifestação do oponente, não fala do seu estado de saúde no atual momento  e muito menos vai ao cerne da acusação do prefeito, ou seja, de que seus assessores teriam afastado o prefeito do debate de caso pensado, para favorecer a vereadora.

Com quem está a verdade? É tudo muito estranho, e para o eleitorado indeciso, órfão do primeiro turno e com a pulga atrás da orelha sobre as candidaturas postas, esse começo conflituoso de campanha de segundo turno, de apenas duas semanas, é indesejável para todos.

O prefeito, pelos números da eleição, está em posição vantajosa com toda certeza, mas não custa lembrar ser esta uma nova eleição. Dele e de seu grupo se exige humildade e trabalho, sem esquecer que votos não se transferem integralmente com os apoios obtidos.

Cristiane, que não mencionou no vídeo o quadro da doença – falou apenas que está se restabelecendo com todas as suas forças -, precisa trabalhar muito mais ainda, superar a gigante desvantagem em relação a quem já está no cargo, tem a máquina. Ela precisa ter excelente orientação profissional.

Os candidatos não podem errar, o tempo é curto.

Fica a dica, e a chateação de assistir ao blábláblá que não se sabe verdadeiro ou tudo jogada de mão dupla para desviar a atenção dos eleitores, um diversionismo que para parcela expressiva do eleitorado, desde a prisão de João Santana e da força das redes sociais, é cada vez mais irritante e menos tolerável.