Cristiane analisa o futuro, e diz que quem deixou de votar foram pessoas humildes, que andam de ônibus, vão nas UPAs e não conseguem atendimento.
Entrevistada no programa A Hora do Povo, pelo jornalista Arimar de Sá, nesta terça-feira, 1, a vereadora Cristiane Lopes (PP) disse ao ser indagada se sairá candidatará a deputada federal que o momento é de analisar o cenário para traçar “os caminhos de 2022.” Cristiane teve 92.015 votos no segundo turno, o que representa um aumento de 192,47% de votos em relação ao primeiro turno. Diversos eleitores elogiaram sua postura e número de votos recebidos. Veja alguns pontos da entrevista, a partir de perguntas dos ouvintes do programa:
O que encontrou na periferia
Estávamos na Câmara Municipal na manhã de hoje (1), então eu pedi ao Maurício (Carvalho, vereador e vice eleito) para ter um olhar sensível e cuidar da nossa população de verdade. Na periferia, ela sofre, está necessitada de um atendimento mais eficaz em relação à saúde. A atual gestão é falha nesta questão, tanto do ponto de vista das condições dadas aos servidores da saúde quanto a população. E os nossos distritos estão muito abandonados. É lamentável, estão sofrendo muito, no Baixo Madeira principalmente.
Desemprego
Estamos vivendo ainda em meio à pandemia, precisamos cuidar da saúde da população, valorizar as informações, dar condições para que nosso comércio continue atuando, fortalecer os micro empreendedores, dar apoio aos empresários, que hoje fecharam muito as portas. É uma cadeia, um depende do outro. Eu inclusive tinha em mente, se eleita, fechar convênios com as faculdades particulares para envolver estudantes de engenharia e outros profissionais para ajudar a abrir as portas para quem precisa iniciar no mercado de trabalho e capacitar pessoas.
Abstenção
A abstenção decidiu a eleição. E quem deixou de votar foram as pessoas humildes, que andam de ônibus, que vão nas UPAs e não conseguem atendimento, são elas que estão sofrendo e estão descrentes na política. Infelizmente, ao invés de se indignar e dar o troco nas urnas, preferiu não votar. Mas é compreensível. Eu fiquei muito feliz e honrada de representar Porto Velho nesta eleição, vi que meu nome saiu em vários jornais do país como a candidata que teve a maior votação em segundo turno no país.
Sobre o prefeito reeleito
Não vejo o prefeito como um grande vitorioso nessa eleição, vejo mais a força do Maurício (Carvalho, vereador e vice-prefeito eleito) ali do lado, foi fundamental. Existem rumores de que o prefeito sai da prefeitura em 2022, e o Maurício Carvalho assume a prefeitura. Gosto do colega Maurício na Câmara, temos de torcer pelo melhor da cidade, e torço para que por meio do vice-prefeito haja uma melhor gestão do que já foi até agora.
Cristiane Lopes é futura deputada ?
Estou analisando, avaliando o cenário para traçar os caminhos para 2022. Vou fazer o que fiz antes, quando me elegi vereadora, que é voltar aos distritos, a área ribeirinha, aos bairros, para agradecer votos recebidos. Vou tirar férias com a família e no ano que vem vamos visitar algumas cidades do interior, vamos trabalhar.
Mulheres na politica
Tivemos um retrocesso, foram eleitas somente a Márcia Socorristas Animais e a vereadora Elis Regina, tenho certeza que nos representarão bem, fico feliz, e espero que as mulheres possam buscar inspiração na campanha que enfrentamos e possam entrar na politica em 2022 para ampliar a participação das mulheres, e saber que elas também podem.
Asfalto eleitoreiro
Eu fazia cobrança de um trabalho muito intenso no bairro Conceição, algo que tinha iniciado na outra gestão, havia drenagem já e fizemos uma cobrança para concluir tudo, meio fio, calçada. No Cohab Floresta, a quarta etapa do Cohab Floresta a drenagem estava pronta, feita pelo Nazif, cobramos asfalto. Eu como vereadora cobrava. Gente, o que estava acontecendo? Seis meses antes do pleito as máquinas não pararam, estavam jogando inclusive asfalto em local que não estava preparado para receber asfalto. Se vocês repararem, a repórter Toninha perguntou ao prefeito se o trabalho ia ter continuidade no período das chuvas, ele disse que as máquinas iam sair e retornar em março. Se isso não caracteriza asfalto eleitoreiro, não sei o que é. É uma situação que precisa ser melhor avaliada pela população, no meu modo de ver. Agora eu jamais chamei de asfalto casca de ovo. Falei asfalto eleitoreiro.
Apoio governo do Estado
Os que comandam o governo do Estado, suas equipes fazem suas escolhas, também votam. E fizeram a escolha por meu nome. Esse foi o apoio, é parte das 92.015 pessoas, e todos os apoios que vieram, que somaram, são importantes.
Vontade de desistir
Jamais tive vontade de desistir. Aliás, a primeira candidatura que foi colocada para os porto-velhenses foi a nossa. Eu dizia que ia ser pré-candidata, o próprio prefeito colocou em dúvida a reeleição, ele não acreditava, e até no momento mais difícil, quando eu estava no hospital, eu sabia que estava tudo no controle, caminhando.
Cargo no governo
É uma boa pergunta, não parei para avaliar com relação a essa possibilidade, não tive nenhum tipo de conversa a respeito, temos de avaliar. Mesmo sem mandato, continuarei sendo líder da população.
Jaqueline e Ivo Cassol
A deputada federal Jaqueline Cassol é presidente estadual do nosso partido, o PP, e sempre vamos ter essa relação partidária, mas não temos a proximidade que eles (campanha adversária) quiseram colocar. Inclusive a decisão de colocar meu nome à disposição saiu daqui mesmo, de Porto Velho, não foi partidária. Empresários, segmentos religiosos e de populares. Foram de pessoas que queriam ver mudança em nossa cidade. Também em nenhum momento recebi recursos da família Cassol. Foi do fundo partidário, por meio do PP, para poder fazer o trabalho de campanha. Até recomendo puxarem o valor de campanha no site do TSE, para vocês fazerem uma análise das duas campanhas e verem como foi desafiador. O comentário de que o governador Cassol me prejudicou é de quem realmente não queria me escolher como candidata. É um direito de cada um. É da democracia. Ele não mora nem em Porto Velho, não veio aqui, não acredito que o eleitor fez essa análise. Não nos faltaram recurso, com o que veio conseguimos fazer nosso trabalho, mas com certeza se tivesse mais poderíamos contratar mais pessoas. O apoio do deputado Leo Moraes foi fundamental, é uma grande força politica e liderança de nosso Estado.
Religião e política
Sempre vou colocar realmente Deus em primeiro lugar em tudo. Sou evangélica. E Como eu cumpri meu dever na Câmara de Vereadores, não tenho acusações de corrupção, como não tem do que falar mal, nada para falar, pegaram o fato de ser evangélica para criar situações negativas, de fundamentalismo religioso. Na gestão pública se administra para todos, respeitando a legislação.