Réu em duas ações penais que tramitam no Supremo Tribunal Federal (STF), o deputado Arthur Lira (PP-AL) venceu a disputa pela presidência da Câmara dos Deputados com facilidade, numa proporção de 2 votos para 1. Ele obteve 302 votos e Baleia Rossi (MDB-SP), candidato apoiado pelo ex-presidente, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), 145 votos.
Prometeu neutralidade, diálogo, humildade e democracia, e numa atitude incisiva após o discurso feito em pé, junto a parlamentares, revogou decisão do antecessor, desfazendo a formação do bloco partidário integrado por 10 partidos, encabeçado pelo PT, em apoio ao adversário Baleia Rossi.
Colocou “um freio de arrumação” segundo disse à emissora de TV CNN, para que nesta terça-feira,2, os partidos possam se reorganizar e de acordo com a proporcionalidade (tamanho do bloco) ocuparem os seis postos da Mesa Diretora, ainda indefinida.
Lira leu documento em que faz considerações para a decisão, vista por deputados da oposição, eleitores de Baleia Rossi, como autoritária e contraditória com o discurso feito.
Lira alegou que o então presidente Rodrigo Maia reconheceu de forma monocrática a formação do bloco PT, PMDB, PSDB, PSB, PDT, Solidariedade, PCdoB, Cidadania, PV e Rede, apesar da evidente intempestividade de sua criação. Esse grupo formaria o segundo maior bloco de deputados, o que daria a prerrogativa de escolher o segundo cargo da Mesa Diretora.
A inscrição do bloco foi feita fora do prazo, com o argumento de pane no sistema, havendo evidências de que isso não ocorreu, mas Rodrigo Maia aceitou.
Aos 51 anos e com 30 anos de vida pública, Lira é de comportamento firme, e não poderá, por ser investigado, assumir a presidência da República numa eventual ausência de Bolsonaro e Mourão do território nacional.
Se o seu primeiro ato significou freio de arrumação ou chute na porta certamente haverá distintas visões das lideranças partidárias sobre a iniciativa tomada, a considerar os interesses de grupos e até mesmo individuais.
Qual Arthur Lira irá prevalecer saberemos no desenrolar de seu comando na Câmara.