Senadores do MDB traíram a senadora Simone Tebet (MS), lançada no dia 12 de janeiro candidata do partido à presidência do Senado Federal.
Liderados por Eduardo Braga (AM), confabularam com David Alcolumbre (DEM-AP), que deixa o cargo de presidente na segunda-feira, 1º, quando se realiza a eleição, e em troca de cargos na Mesa Diretora alguns deles debandaram para a candidatura de Rodrigo Pacheco (DEM-MG).
Ele é o escolhido do Palácio do Planalto para suceder Alcolumbre e encontrou a porta do tesouro aberta pelo governo Jair Bolsonaro, que inaugura estilo agressivo de toma-la-dá-cá, chegando não apenas ao chamado baixo clero mas a caciques partidários de expressão.
Historicamente sempre dividido, agora o que se vê no MDB não é apenas divisão, é pura canalhice ao rifarem a candidatura de Simone Tebet às vésperas da eleição. Largada pelo próprio partido, vítima de traição, da “cristianização” no jargão político, Simone se lançou então candidata independente e não tem qualquer compromisso com a composição de cargos para seu partido caso venha se eleger, hipótese difícil na avaliação de analistas políticos que acompanham os bastidores da eleição para as presidências do Senado e Câmara.
O termo cristianização remete à Cristiano Machado, que em 1950 disputou pelo PSD a presidência da República, mas importante fatia de seu partido jamais pediu votos para ele, fechando com Getúlio Vargas, o eleito.
O que o MDB faz agora é deprimente, mostra um partido sem bandeira e rumo, valorizando o fisiologismo que sempre o caracterizou. O maior partido do país agir assim numa quadra crucial da vida política nacional por causa de caraminguás e posição na Mesa Diretora é grave sintoma da debilidade da democracia brasileira.
Pobre Brasil.