A vitória da diplomacia do bom senso na Cúpula da Amazônia

Declaração de Belém trouxe vitória da diplomacia brasileira ao não mencionar possibilidade de barrar projetos de exploração de petróleo.
Encontro dos oito países na Cúpula da Amazonia em Belém. Foto: Ricardo Stuckert.

Opinião Aepet

A Aepet tem se posicionado de forma enfática na defesa da pesquisa exploratória na Margem Equatorial Brasileira

Chefes de Governos e de Estados representando os 8 países que compõem a Organização do Tratado da Cooperação Amazônica (Brasil, Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname e Venezuela) divulgaram, nesta terça-feira, (08) a Declaração de Belém, com 113 pontos para preservar o bioma amazônico. A OTCA é decorrência do Tratado de Cooperação Amazônica, de 3 de julho de 1978, iniciativa do então presidente Ernesto Geisel. Em dezembro de 1995, os oito países membros criam a OTCA.

A reunião dos mandatários ocorreu paralelamente aos Diálogos Amazônicos, que reuniram mais de 27 mil pessoas em mais de 400 eventos, debates e discussões: movimentos sociais, povos originários de todos os países, acadêmicos e estudiosos, governantes locais e também representantes de organizações financeiras lá estavam.

Ao fim da cúpula, foi divulgada a Declaração de Belém que trouxe uma vitória da diplomacia brasileira ao não mencionar a possibilidade de barrar novos projetos de exploração de petróleo na Amazônia, porém citando a ideia de iniciar um diálogo sobre a sustentabilidade dos setores de mineração e hidrocarbonetos na região.

Foi um claro embate entre os presidentes Lula e Gustavo Petro, da Colômbia, que chegou a classificar frentes progressistas de negacionistas em relação às questões climáticas e insistia na inclusão de um compromisso com a não abertura de novas frentes de exploração de petróleo na região.

Lula também se referiu aos países desenvolvidos e suas tentativas de criminalizar as nações mais pobres: “Não podemos aceitar um neocolonialismo verde que, sob o pretexto de proteger o meio ambiente, impõe barreiras comerciais e medidas discriminatórias”, afirmou Lula.

A AEPET tem se posicionado de forma enfática na defesa da pesquisa exploratória na Margem Equatorial Brasileira. Felipe Coutinho, vice-presidente da Associação, afirma: “as perfurações a serem feitas ainda são de caráter de pesquisa para os estudos de viabilidade comercial. Segundo ele, apesar de a necessidade de proteção ao meio ambiente, é descabido o órgão ambiental ter uma posição tão radical e unilateral”.

“Isso tem que ser revisto e discutido dentro do governo. O Ibama precisa reavaliar suas posições e a Petrobrás, se tiver alguma pendência, precisa esclarecer o que for necessário para que se progrida”, defende o engenheiro.