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Acusação do MPF coloca no mesmo patamar Lula e Michel Temer

São biografias dilaceradas em planilhas da pilhagem governamental, com o codinome Amigo e MT.
Power Point do procurador Dallagnol. Foto: Divulgação.

Depois de escapar de três denúncias que chegaram à Câmara dos Deputados, o ex-presidente Michel Temer caiu nas garras da Lava Jato pouco tempo após deixar a presidência da República. Era esperado. Livre do foro privilegiado, excrescência que protege políticos e autoridades com mandato, mais cedo ou mais tarde sua prisão iria acontecer.

Procuradores e policiais federais que atuaram no caso, em coletiva nesta quinta-feira a tarde disseram o já dito pelo juiz Marcelo Bretas, do Rio de Janeiro, que autorizou a cautelar com prisão preventiva de Temer e seu ex-ministro Moreira Franco: o ex-presidente da República chefiava uma organização criminosa que há pelo menos 40 anos atua ilicitamente, desviando recursos públicos.

A preventiva é motivada por obstrução de justiça, e o grupo de Michel Temer teria movimentado R$ 1,8 bilhão em propinas. Em muito menos tempo, Lula e seu grupo, conforme anunciado pela Lava Jato com a didática ajuda de power point, em setembro de 2016, teria desviado 6,2 bilhões de reais em propinas, e causado prejuízo à Petrobras de 42 bilhões de reais.

Parceiros nas campanhas políticas e no governo, PT e MDB morreram mais um pouco com a prisão dos ex-presidentes das legendas e do  Brasil, e se golpe houve é o golpe do estelionato e rol de crimes descritos no Código Penal que estas duas siglas, com papel de relevo no processo de redemocratização, perpetraram contra o povo brasileiro, especialmente os mais desfavorecidos.

Há muitas diferenças entre Michel Temer e Luiz Inácio Lula da Silva. De um lado o advogado que fez nome na profissão, oriundo da velha e oligárquica política paulista, hábil articulador, de outro o operário que acha lindo não estudar, líder populista de origem humilde, conciliador ao extremo a ponto de romper com princípios defendidos por toda uma vida.

Em comum, biografias dilaceradas em planilhas da pilhagem governamental, preparadas pelos homens de negócio, onde um tinha o codinome “Amigo” e outro MT, chefes de quadrilha para o Ministério Público Federal.

É triste para a nação, mas expurgar a sujeira da política na qual seus sujeitos inspiram-se para proclamar que os fins justificam os meios é desafiador e importante para o Brasil, que experimentará ainda turbulências nos poderes mas chegará  o dia, quero acreditar, de refundação da verdadeira Republica no Brasil.