Igrejas não querem perder dízimos ou não querem perder fiéis? Sem medo de errar, escolham a primeira alternativa e, por isso, a pedido de algumas “lideranças” próximas a Jair Bolsonaro, como o pastor Silas Malafaia e Edir Macedo, guardiães do tesouro da pobreza em benefício próprio e permanente, o presidente incluiu as igrejas entre as atividades essenciais que podem funcionar no país enquanto perdurar o estado de emergência em razão do coronavírus.
Se eu fosse empresária ou governadora chiaria na hora. Empresário paga montanha de impostos, gera empregos, é convocado a parar, governador tem autonomia para decidir sobre que tipo e forma de proteção pode apresentar para os cidadãos sob sua jurisdição, e não é convidado a discutir sobre essa decisão.
Mesmo que a Presidência possa definir o arco de atividades essenciais, governadores deveriam ser chamados a se manifestar. Ainda estamos em uma democracia, goste-se ou não dela.
Por essas e outras, os governadores estão em pé de guerra com o presidente da República. Só não radicalizam porque pensam naqueles que os elegeram. Contam com o governo federal, o único que sempre teve caixa forte neste Brasil além de banqueiros, para mitigar os efeitos negativos na economia por causa do coronavírus.
Os “líderes” das igrejas incomodadas com a redução do dízimo fariam papel bonito se estivessem a serviço da orientação e concedendo ajuda às comunidades carentes que às igrejas confiam suas vidas e deixam mesmo até o dinheiro do pão. Edir Macedo e Silas Malafaia as ignoram porque também acham o coronavírus inofensivo, mesmo com o registro de mortes em diversos países.
Sinceramente torço para que essas pessoas não frequentem as igrejas por ora. Rezem em casa, rezem porque o vírus da ignorância, esperteza, vaidade, prepotência, autoritarismo, corrupção e burrice fez morada nas instituições nacionais e não apenas nelas. Esse tem potencial de letalidade milhares de vezes superiores ao Covid-19.
Como eu tenho dito, de tédio ninguém morre no Brasil. De raiva, é capaz de acontecer.