Amazônia 21+: Falta de investimentos e de logística inibem avanços

O Inova Amazônia, programa lançado pelo Sebrae, esteve na pauta do Amazônia 21+.
Painel Mapeamento de Oportunidades para a Bioeconomia. Foto: Divulgaçao.

Bionegócios, oportunidades, inovação, empreendedorismo foram os temas debatidos no painel “Mapeamento de oportunidades para bioeconomia”, no Fórum Amazônia+21, na tarde de quinta-feira (5). Investimentos e a estratégia  de atuação do Sebrae por meio do Programa Inova Amazônia, que considera os produtos próprios da região, estiveram na pauta.

Atuando como mediador, o diretor técnico do Sebrae Nacional, Bruno Quick, afirmou que os temas são relevantes e oportunos. “A partir deste encontro, trazemos à pauta uma Amazônia mais inovadora e as oportunidades para negócios baseados nos ativos da floresta. O conhecimento aplicado à inovação gera riqueza e pode transformar o Brasil através do desenvolvimento sustentável”, disse com intuito de fortalecer a bioeconomia na Amazônia, o programa lançado pelo Sebrae.

O programa Inova Amazônia, lançado pelo Sebrae, visa fortalecer a bioeconomia na Amazônia e fomentar o crescimento econômico com inovação aberta, aliado à conservação ambiental. Há uma gama de oportunidades que podem se transformar em negócios em áreas diversas.

O diretor-superintendente do Sebrae/RO, Daniel Pereira, disse que os investimentos na região ainda são escassos e a logística, um dos principais gargalos, compromete uma melhor condição para vinda de recursos.  Ele parabenizou o presidente da Fiero Marcelo Thomé pela iniciativa de realização do Fórum Amazônia 21+, e disse ser importante que o Brasil conheça a Amazônia.

Falando sobre a experiência de Rondônia, que melhor conhece entre todas as regiões da Amazônia Legal  em razão de sua trajetória pública, Daniel Pereira disse que o Estado “tem experiências com uma série de produtos agregados à cultura local e trabalhos com a produção local, se deparando, no entanto, com a falta de investimentos.”

“Nos casos em que tem melhora dos investimentos, o resultado vem, e vem rápido”, disse, citando a recuperação da cultura do café em Rondônia, que hoje desponta como uma importante produção na região Norte, e no Brasil.

Para Daniel Pereira, o Inova Amazônia contribui para o desenvolvimento das potencialidades da região.  “O Sebrae, com essa iniciativa de envolver todos os estados, pode fazer a Amazônia que gostaríamos de ter e a Amazônia que um dia tivemos”.

De acordo com o gerente da Unidade de Inovação do Sebrae Nacional, Paulo Renato Macedo Cabral, o programa foi concebido com foco na inovação e o melhor caminho são os empreendedores. A convicção é que a bioeconomia pode ser uma nova vertente, frisou.

O empresário José Alexandre Da Lamarta, CEO da empresa Inovam Brasil Importação e Exportação, de beneficiamento de castanhas, falou que trabalhar com produtos da Amazônia é um desafio. Ele conta que a logística complexa e vários outros fatores tornam uma atividade produtiva na Amazônia mais desafiadora. “Mas vale a pena”, diz.

“Os trabalhos da empresa têm alcançado resultados positivos e a bioeconomia trouxe inovação. A nossa indústria se modernizou e buscou acabar com o desperdício”. Ele fez questão de dizer que o Sebrae é um parceiro importante para esse desenvolvimento. Enumerou outras dificuldades, como a ilegalidade e a competição desigual. “Por tudo isso, devemos quebrar barreiras e deixar que as coisas sejam mais transparentes. Vamos compartilhar, reduzir custos, atuar de forma transparente”, finalizou.