Militares americanos concluíram a primeira etapa do Core23 (Combined Operation and Rotation Exercise), realizada no Pará, e a partir desta segunda-feira, 6, até o dia 16 de novembro, desenvolvem no Amapá as atividades da segunda etapa do exercício bilateral entre os Exércitos do Brasil e dos Estados Unidos.
A chegada a Belém, capital do Pará, ocorreu no sábado, 28, em um boeing C-17. Segundo o Exército, foram três dias na floresta, aprendendo técnicas de sobrevivência. Os cerca de 150 militares norte-americanos conquistaram o brevê de Selva no 2° Batalhão de Infantaria de Selva. O Estágio de Adaptação e Vida na Selva marcou essa primeira fase de treinamento.
O responsável pela operação bilateral é o Comando Militar do Norte. O general de Brigada André Laranja Sá Correa destacou a resistência dos estagiários diante dos desafios da selva. Ele também elogiou a equipe de instrução que conduziu as atividades, e considerou que o resultado no Pará foi muito bom.
Foram autorizados a entrar no país para as atividades na Amazonia 294 militares norte-americanos, por meio de decreto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva do dia 19 de outubro.
Eles são profissionais do Exército do Comando Sul, da 101 Divisão Aerotransportada, do 7.º Grupo de Forças Especiais, além da Guarda Nacional de Nova York.
Segundo o Exército, o objetivo do exercício bilaterial entre os militares norte-americanos e brasileiros é “aumentar a capacidade operacional da tropa, manter os laços históricos entre os países e incrementar a integração e a cooperação entre os dois exércitos.”
A Core teve início no país mediante um Acordo de Cooperação de Defesa entre Brasil e Estados Unidos, promulgado em 2015 pela então presidente Dilma Rousseff.
É realizado anualmente em parceria com as forças norte-americanas. Em 2022, militares brasileiros participaram de treinamento conjunto nos Estados Unidos.
Os militares brasileiros que participaram do Core são da 23.ª Brigada de Infantaria de Selva (BIS). No blog do Exército, o comandante da 2ª BIS, coronel Rodrigo Ribeiro, cita no que consiste o Estágio de Adaptação e Vida na Selva com os militares estrangeiros.
“Nós tivemos várias instruções principalmente relacionadas a sobrevivência na selva, construção de abrigos, como obter alimentos, água, fogo, mas também as relacionadas as orientação e técnicas fluviais,” afirmou.
Durante as instruções, as frequentes chuvas de Belém surpreenderam os militares. O militar especialista Vozzela comentou que, apensar do cansaço, essa foi uma experiência ímpar. “A gente está molhado 24 horas por dia. Então, acrescenta um pouco mais de peso, mas é bom. Mantém a gente em forma. Em geral, eu amei a experiência”, concluiu.
A soldado Casey destacou que o Estágio foi a primeira oportunidade para ter contato com a região amazônica. “Com certeza não gostei dos insetos, mas foi muito impressionante conhecer a fauna. Os exercícios foram muito divertidos, eu nunca havia feito nada como isso antes, então, com certeza é algo para lembrar”.
No Amapá, as atividades na selva serão desenvolvidas entre os dias 6 e 16 de novembro em Macapá, Ferreira Gomes, Oiapoque e Clevelândia do Norte, municípios do Estado.