Arrecadação federal tem alta de 4,3% e atinge R$ 127,7 bi em fevereiro

As desonerações concedidas pelo governo resultaram em uma renúncia fiscal de R$ 14,877 bilhões no primeiro bimestre do ano.
Superintendência da Receita Federal, em Brasília.
Segundo a Receita Federal, o resultado é o melhor para fevereiro desde o início da série histórica, em 2000. 

A arrecadação de impostos e contribuições federais somou R$ 127,747 bilhões em fevereiro, o melhor resultado para o mês na série histórica da Receita Federal, iniciada em 2000. O resultado representa um aumento real (descontada a inflação) de 4,3% na comparação com o mesmo mês de 2020. É o que informa o jornal O Estado de São Paulo.

Em relação a janeiro deste ano, houve queda de 29,72% no recolhimento de impostos. O resultado das receitas veio dentro do intervalo de expectativas das instituições ouvidas pelo Projeções Broadcast, que ia de R$ 99 bilhões a R$ 129 bilhões, sendo que a maioria estimava o ingresso de R$ 124,7 bilhões.

Analistas do mercado sobem previsão de inflação para 4,71% em 2021 e veem Selic em 5% no fim do ano.

Paulo Guedes admite que haverá impacto grande na receita neste mes de março.

De acordo com a Receita Federal, o comportamento da arrecadação de fevereiro na comparação com o mesmo mês do ano passado decorre do comportamento das principais variáveis macroeconômicas no mês e da arrecadação extraordinária de R$ 5 bilhões a mais no Imposto de Renda de Pessoas Jurídicas (IRPJ) e na Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL).Com isso, a arrecadação desses tributos teve uma alta real de 40,35% em relação a igual mês de 2020, quando não houve esse fator específico.

A arrecadação de tributos sobre o comércio exterior também influenciou o resultado. Por outro lado, as compensações tributárias cresceram 82,94% em relação ao mesmo mês de 2020;

No ano, a arrecadação federal somou R$ 307,968 bilhões, também recorde para o primeiro bimestre. O montante ainda representa um avanço real de 0,81% na comparação com os primeiros dois meses do ano passado.

O ministro da Economia, Paulo Guedes, destacou que os primeiros resultados de março da arrecadação federal mantiveram o ritmo de crescimento, mas admitiu que as receitas do governo federal devem sofrer um impacto com o recrudescimento da pandemia a partir da segunda quinzena deste mês.

“Com essa nova pancada na economia brasileira, é evidente que devemos sofrer algum impacto na segunda quinzena de março e em abril”, reconheceu.

Desonerações

As desonerações concedidas pelo governo resultaram em uma renúncia fiscal de R$ 14,877 bilhões no primeiro bimestre do ano, valor maior do que em igual período do ano passado, quando ficou em R$ 13,533 bilhões.

Apenas em fevereiro, as desonerações totalizaram R$ 6,967 bilhões, também acima do registrado em igual mês do ano passado (R$ 6,830 bilhões).