Ato do Dia do Trabalho com Lula reúne menos de 2 mil pessoas, diz USP

O Monitor do Debate Público utiliza um software que levantou o número de participantes por meio de fotos aéreas.
Luiz Inácio Lula atribuiu baixo público à falha de mobilização. Foto: Reprodução.

O ato do Dia o Trabalho em São Paulo que contou com a participação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no estacionamento da Arena do Corinthians em Itaquera reuniu menos de duas mil pessoas.

O dado é do Monitor do Debate Político da Universidade de São Paulo (USP), que também calculou o número de apoiadores nas manifestações convocadas pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na avenida Paulista, e na Praia de Copacabana, Rio de Janeiro.

Em Itaquera estiveram na quarta-feira, 1º de maio, 1.635 participantes. Foi possível ver “clareiras” no meio das pessoas presentes, com “mais bandeiras do que pessoas,” avaliaram comentaristas do UOL News.

O presidente Luiz Inácio Lula não gostou da falta de público, e chegou a dizer, no palco, que o secretário da Presidência Márcio Macedo, que trata da articulação com movimentos sociais, não fez seu trabalho direito de convocar tradicionais apoiadores do petismo para o evento.

As centrais sindicais foram responsáveis pela mobilização dos trabalhadores, mas ao que tudo indica, sem uma política clara para o trabalho e com a insistência do governo federal de desonerar 17 setores que hoje aliviam a folha de pagamento com menos impostos – o que não tem apoio de muitas entidades – não houve a mobilização esperada.

O levantamento feito pela USP tem uma margem de erro de 12%, ou seja, 196 pessoas a mais (1831) ou a menos (1439).

O Monitor do Debate Público utiliza um software que levantou o número de participantes por meio de fotos aéreas. A contagem foi feita no pico de comparecimento, às 13h46, cinco minutos antes de Lula começar a discursar.

O ato em Itaquera teve a presença do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), do deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP), pré-candidato à Prefeitura de São Paulo, e de nove ministros do governo federal.

O Estadão apurou que o evento organizado pelas centrais sindicais no estacionamento do estádio do Corinthians foi custeado em parte com recursos da Lei Rouanet e contou com patrocínios da Petrobras e do Conselho da Nacional do Serviço Social da Indústria (Sesi).

Foram captados R$ 250 mil pela produtora responsável pelo evento por meio da lei de incentivo à cultura (Rouanet). É dinheiro privado, com abatimento posteriormente de impostos devidos por quem doou. A TV Brasil, vinculada ao governo federal, fez transmissão ao vivo do evento.