Elaborado pelo Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT), desde 2011, nova edição do estudo que calcula o retorno dos impostos em investimentos para a população mostra que o Brasil não mudou nada: tem o pior retorno entre 30 países com maior carga tributária do mundo em benefícios para a sociedade.
O Estudo da Relação da Carga Tributária versus Retorno dos Recursos à População aponta que o país “continua sendo o que proporciona o pior retorno dos valores arrecadados em prol do bem-estar da sociedade.”
A edição 2024 aponta a Irlanda, pela sexta vez consecutiva, como líder no ranking do Indice de Retorno de Bem-estar da Sociedade (IRBES), com 171,72. Para fazer o cálculo do IRBES, os pesquisadores do IBPT consideram o Indice de Desenvolvimento Humano (IDH) de cada país, medido de 0 a 1.
O IDH mais próximo do 1 significa maior expectativa de vida, melhor resultado na saúde e na educação. O outro dado calculado é a participação da carga tributária no PIB (Produto Interno Bruto) do país; com esses dois elementos é estabelecido o IRBES.
Os números disponíveis desses dados são de 2022. A carga tributária brasileira corresponde a 32,39% do PIB, situando-se, segundo os pesquisadores, na 24ª maior tributação dentre os países analisados pelo estudo. E o IDH é de 0,760, o mais baixo do grupo de países pesquisados.
Na metodologia de cálculo, o ranking é determinado pela ordem decrescente do valor calculado referente ao IRBES de cada país. Quanto maior o valor deste índice, melhor é o retorno da arrecadação dos tributos para a população.
O Brasil obteve o IRBES de 142,35, ocupando a posição final do ranking, lugar em que está desde que é feita a avaliação, em 2011. Há má gestão dos altos recursos arrecadados.
Com pior retorno de bem-estar para a sociedade, o Brasi fica atras inclusive de países de economia mais tímida na América do Sul, como Uruguai (9º) e Argentina (22º).
Depois da Irlanda, os outros quatro países que melhor dão retorno em investimentos com o que arrecadam em impostos são Suíça (2º), Estados Unidos (3º), Austrália (4º) e Coreia do Sul (5º).