Brasil tem menos servidores públicos do que EUA, Chile e Noruega, aponta Ipea

O Chile, país da América do Sul como o Brasil, 13,10% de sua força de trabalho no país atuando no setor público.
Esplanada dos Ministérios em Brasilia. Foto: Marcelo Camargo.

Estudo do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) mostra que o Brasil não tem uma máquina de servidores públicos inchada nos espaços da administração pública. Divulgado pelo jornal Folha de São Paulo, o estudo desmonta uma falácia há muito divulgada, de que o Estado brasileiro tem servidores públicos demais.

Os dados divulgados pelo IPEA corroboram outra pesquisa, feita pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Economico (OCDE), de 2020, conforme matéria publicada pelo Nexo Jornal.  No Brasil, esse levantamento aponta que 12,5% dos trabalhadores ativos do país estão no serviço público enquanto a media dos trabalhadores dos países membros da OCDE é de 22%.

O Ipea, agora, aponta que comparado aos Estados Unidos, um país continental como o Brasil, e nações da Europa, como Suécia e Noruega, o Brasil tem menos trabalhadores no serviço público. De 91 milhões que estão na ativa, 11,3 milhões atuam no setor público, em diferentes tipos de contratação, significando 12,45% do total.

Nos EUA são 13,55% o percentual de trabalhadores no setor público. No México, o número é parecido com o do Brasil: 12,24%. O Chile, país da América do Sul como o Brasil, 13,10% de sua força de trabalho no país atuando no setor público.

Nações conhecidas pelo Estado de bem-estar social na Europa registram 30,22% (Noruega) dos trabalhadores na esfera pública e  29,28% na Suécia.

“É um verdadeiro mito essa concepção de explosão na força de trabalho do serviço público no Brasil. Uma simples comparação internacional mostra isso”, disse o pesquisador Félix Lopez, um dos coordenadores do Atlas do Estado Brasileiro, plataforma do Ipea que reúne dados sobre servidores públicos, ao jornal Folha de S.Paulo.