Pesquisar
Close this search box.

Brumadinho: famílias das vítimas pedem punição por tragédia em barragem

Cinco anos apos a tragédia que matou 272 pessoas, responsáveis continuam impunes.
Deputado Pedro Aihara propôs a sessão solene. Foto: Zeca Ribeiro.

Com um saldo de 272 vítimas, a tragédia do rompimento da barragem da Mina do Córrego do Feijão, em Brumadinho, permanece impune. Familiares das vítimas se reuniram em mais um evento, uma sessão solene na Câmara dos Deputados, nesta quarta-feira, 6, para cobrar providências à Justiça.

Eles também cobraram do poder público medidas de prevenção em barragens para evitar novos acidentes como o de Brumadinho, ocorrido em 25 de janeiro de 2019, em Minas Gerais.

Porta-voz do Corpo de Bombeiros na época do acidente, o deputado Pedro Aihara (PRD-MG), autor do pedido de homenagem às vitimas e familiares, disse que em relatório de outubro de 2023 a Agência Nacional de Mineração aponta 458 barragens em todo o país com classificação de risco. Na sessão solene, ele reivindicou mais estrutura para que a Agência possa melhorar a fiscalização.

Ele disse que a Vale tem divulgado o que ele chamou de “propaganda enganosa e falsas informações”, como se a reparação às vítimas estivesse sendo feita. Ele se emocionou ao relembrar os primeiros momentos do resgtate e o trabalho da Corporação Corpo de Bombeiros em Minas Gerais.

Uma cruz com todos os nomes das vítima é exposta no Plenário. Foto: Zeca Ribeiro.

Representados pela Associação Familiares de Vítimas de Brumadinho (Avabrum), os familiares trouxeram ao Plenário uma cruz gigante com o nome dos que morreram soterrados pela lama da barragem e fizeram uma homenagem a eles.

Andresa Rodrigues, presidente da entidade, teve o único filho morto no rompimento da barragem. Ela acusou a empresa Vale de saber antecipadamente do perigo e não tomar providências. Ela reivindicou ações rápidas para melhorar a fiscalização e impedir a repetição da tragédia.

O deputado Rogério Correia (PT-MG) também afirmou que a Vale sabia do risco de acidente, o que foi inclusive revelado no andamento das investigações. Coordenador da comissão externa da Câmara que investiga o rompimento das barragens de Mariana e Brumadinho, o deputado reclamou que, cinco anos depois da tragédia, ainda não houve punições e reivindicou ações efetivas do poder público.

“A gente deixa aqui o nosso grito e a nossa existência, que é por justiça, que é por memória, porque é por amor a eles que nós estamos aqui. Nós nunca esqueceremos e também não permitiremos que sejam esquecidos”, disse Andresa Rodrigues.

Brumadinho, para o deputado Pedro Aihara, é símbolo de um crime evitável. “E também de como o crime parece compensar, uma vez que, mesmo cinco anos depois, continuamos sem ninguém atrás das grades”, completou.

Video da sessão solene: