CI aprova diligência em obras na BR-364 e escoamento de cargas de soja em Rondônia

A situação atual do escoamento da produção de soja no Estado encontra-se em colapso, em razão da insuficiência da infraestrutura logística.
Senador Jaime Bagattoli (d) pediu audiências em Vilhena e Porto Velho sobre a privatização da BR-364. Foto: Roque de Sá.

Senadores da Comissão de Infraestrutura (CI) aprovaram três requerimentos em audiência nesta terça-feira, 25, sobre a concessão da BR-364, para realizar diligência externa em Rondônia, afim de verificar o andamento de obras na rodovia e o escoamento das cargas de soja na capital, Porto Velho.

“A situação atual do escoamento da produção de soja no Estado de Rondônia encontra-se em colapso, em razão da insuficiência da infraestrutura logística, especialmente no que se refere à capacidade de absorção da Estação de Transbordo de Carga (ETC) localizada em Porto Velho,” diz o senador Marcos Rogério (PL-RO), presidente da CI, em um dos requerimentos apresentados por ele.

Segundo o requerimento, caminhoneiros têm se acumulado em postos de apoio e às margens da BR-364, aguardando dias para realizar o descarregamento da carga de soja, o que evidencia a ausência de investimentos estruturais compatíveis com o crescimento exponencial da produção agrícola no Estado.

Um exemplo é citado pelo senador. No pátio do Posto Mirian, situado no Km 691 da BR-364, no município de Candeias do Jamari, a situação é crítica: mais de 1.200 caminhões foram estacionados por falta de capacidade da ETC da empresa Cargill em receber as cargas.

“Diante da superlotação, outras centenas de veículos permaneceram parados na própria rodovia, comprometendo a segurança viária e o transporte de mercadorias,” diz o parlamentar.

Segundo dados da Associação dos Produtores de Soja e Milho do Estado de Rondônia (Aprosoja), a infraestrutura logística não acompanha o ritmo de expansão da agricultura. A área plantada de soja no Estado passou de 560 mil hectares na safra 2022/2023 para 643 mil hectares na safra 2023/2024.

A projeção para a safra 2024/2025 é de 700 mil hectares, o que poderá elevar a produção a 2,5 milhões de toneladas, com base na média de produtividade de 60 sacas por hectare.

Outra situação são as obras do Expresso Porto, um anel viário iniciado em 2015 e até hoje não concluído. Os senadores pretendem verificar e monitorar o andamento dos trabalhos. Mais cedo, na CI, a representante da Aprosoja, Antonielly Rottoly, disse que a prioridade deve ser um para o Expresso Porto, que deve deixar “o rodapé do cronograma de investimentos para ser a capa.”

O anel viário está incluso nos investimentos da concessão da rodovia da Rota do Agro Norte. A ligação receberá obras estruturantes em três pontos, totalizando 34.450 km de infraestrutura para desviar o trânsito pesado de dentro da cidade de Porto Velho.

“Devido à falta de condições de rodagens, atualmente as carretas carregadas de soja e outros grãos, evitam passar pela Expresso Porto e passam por dentro do perímetro urbano da capital causando transtornos, congestionamentos e acidente,” destaca o requerimento.

Uma audiência pública na Câmara Municipal de Ji-Paraná, localizado na região central de Rondônia, também será realizada. A ideia, segundo Marcos Rogério, é debater com prefeitos, associações comerciais e câmaras a concessão da BR-364, efetivada em leilão na Bolsa de Valores de São Paulo no mês de fevereiro.

O requerimento 20/2025, do senador Jaime Bagattoli (PL-RO), propõe a realização de audiências públicas nas Câmaras Municipais de Vilhena e Porto Velho, também sobre a privatização da BR-364.

Senadores de Rondônia disseram ao diretor-geral da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), Guilherme Rodrigues da Rocha, que não foram realizadas audiências conforme ele apontou sobre o projeto de concessão da rodovia.

Requerimento diligência BR e Expresso Porto