O ex-ajudante de Ordens de Jair Bolsonaro, tenente-coronel Mauro Cid, disse no interrogatório ao ministro Alexandre de Moraes, no Supremo Tribunal Federal (STF), que presenciou leitura e pedido do então presidente na minuta que previa decreto de estado de sítio e prisão de ministros da Corte e de outras autoridades, em 2022.
A declaração ocorreu nesta segunda-feira, 9, início das sessões de interrogatório de oito réus do núcleo crucial da trama de tentativa de golpes, do qual fazem parte Jair Bolsonaro, general Braga Netto e Paulo Sergio Nogueira, então ministro da Defesa, entre outros. Cid é o primeiro desse núcleo a prestar interrogatório, que se estenderá até o dia 13 de junho.
O documento, segundo Cid, teria sido “enxugado” por Bolsonaro. A minuta inicialmente previa as prisões de diversas autoridades do Judiciário e do Congresso, como o senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), ex-presidente do Senado.
Bolsonaro teria retirado autoridades da lista de prisões, deixando apenas Alexandre de Moraes.
Mauro Cid não respondeu objetivamente se as denúncias apresentadas pela Procuradoria-Geral da República eram verdadeiras. Ele, conteúdo, declarou ter conhecimento dos planos que pretendiam manter Bolsonaro no poder. “Eu presenciei grande parte dos fatos, mas não participei.”