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Colégio Dom Bosco: Para mim, mais que um colégio, uma escola de vida

O colégio Dom Bosco sempre valorizou o desenvolvimento pessoal, promovendo esportes e concursos de talentos em diversas áreas.
Engenheiro Raimundo Paraguassu Filho foi aluno do Dom Bosco. Foto: Acervo pessoal.

Raimundo Paraguassu de Oliveira Filho*

Por breves, mas significantes períodos tive o privilégio de frequentar essa quase centenária escola salesiana nos anos de 1972/1973 e 1976/1977.

Ali me senti valorizado, didaticamente e pedagogicamente como ser humano.

Havia então uma preocupação com o ensinar, cada aula era realmente ministrada, explorado o conteúdo, reiterados exercícios de fixação e cobrados pelos professores os resultados.

Não havia programa de aceleração do ensino. Ou você sabia a matéria ou não passava de ano. Mas era uma cobrança justa. Ninguém fingia dar aula e não dava para fingir que estava aprendendo.

Era um tempo de disciplina rígida, mas havia respeito, tanto pelos alunos quanto destes aos professores, diretores e demais profissionais da escola. E, engana-se quem pensa que disciplina rígida fosse cerceamento de voz. Não era. Cada um tinha seu momento para falar e ouvir, apenas isso. Havia hora para tudo e cada coisa em seu devido momento.

Personagens como o Padre Filinto, quase folclórica, com sua varinha de marmelo ou goiabeira, dono de uma voz cavernosa. Nunca o vi usar maldosamente daquela varinha, mas era até divertido quando com o braço em riste exigia dos alunos um comportamento adequado e respeitoso. Enfim, querido e respeitado por todos.

Padre Oscar, um sujeito à frente de seu tempo, de uma compleição física grande e até com uma certa obesidade, era outra grande figura daqueles tempos. Foi, talvez, o precursor dos jogos entre escolas.

Iniciou com os jogos “Bosconianos”, formando equipes junto aos professores de educação física em diversas modalidades esportivas e até mesmo adaptando o futebol americano e o rugby para o que ele chamou de “brutbol”, e não tinha mimimi…. era jogado na lama.

Sujeito divertido e até cômico quando montava em uma bicicleta e a garotada ria sem parar, alguns até apostavam que a “bike” não iria aguentar.

O colégio Dom Bosco sempre valorizou o desenvolvimento pessoal, além das disciplinas didáticas, promovendo esportes, concursos de talentos em diversas áreas, inclusive artes plásticas, música e outras.

Era a própria preocupação com a formação plena do indivíduo.

Ali conheci muitas pessoas dentre professores, servidores, alunos e vi muitos se tornarem empresários de sucesso, profissionais liberais, servidores públicos, técnicos ou juízes, promotores, desembargadores, artistas e tantas outras vertentes das atividades humanas.

Lembro com carinho de alguns professores, professoras, servidores: -Helena Nina Palitot, Ursula Maloney, Ademir, Wilian, Padre Filinto, Padre Oscar, Padre Miguel, Samuel (a época conhecido como Samuel fala-fino), Geraldo Meirelles e outros, sem falar dos alunos, muitos que de colegas se tornaram amigos, amizades que conservamos até hoje.

Mas não tenho muito mais a dizer. Apenas sou grato pela oportunidade que tive de um dia frequentar esse colégio e conviver com esses talentos e pessoas dedicadas aquilo a que se propuseram a fazer.

Apenas lamento que seja o fim.

*Ex-salesiano, é engenheiro civil.