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Coletiva da saúde muda para o Planalto com presença de mais ministros

“Não vamos perder o foco. O foco é o corona novo, que derrubou o sistema mundial. É mais dramático do que guerra mundial", disse Mandetta. Foto Marcello Casal.
O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta; durante a coletiva de imprensa no Palácio do Planalto, sobre as ações de enfrentamento no combate ao coronavírus Foto Marcelo Casal.

Blog da Mara

O ministro da Saúde reafirmou que a diretriz do Ministério será sempre técnica, científica e com planejamento.

O governo alterou o formato da coletiva concedida todas as segundas-feiras, há mais de 30 dias, pelo Ministério da Saúde, incluindo a participação de novos ministros e com novo local, o Palácio do Planalto.

O ministro Walter Braga Netto, da Casa Civil, negou que a mudança seja de ordem politica após a “tensão”, assim denominada pelo ministro Luiz Henrique Mandetta (Saúde), ocorrida entre as orientações da pasta e do presidente Jair Bolsonaro, que defende isolamento vertical, ou seja, apenas para pessoas que integram grupo de risco.

Ele se manifestou no momento em que a repórter da Globo, Delis Ortiz, fez pergunta ao ministro Luiz Henrique Mandetta (Sáude) se o conflito divergente entre a orientação pelo isolamento vertical do presidente e a do Ministério, que traz a ciência como norte recomendando o maior isolamento possível das pessoas, vai permanecer, uma vez que o presidente no domingo, 29, passeou entre populares no entorno de Brasília.  Ela também perguntou se a coletiva no novo formato apresentado tem orientação política.

Antes de Mandetta responder, Braga Netto disse: “Não estamos aqui nesta reunião por motivos políticos; queremos apenas ampliar a informação que o cidadão deve ter, consideramos que as ações estavam espaçadas.”

Mandetta disse que a “tensão” ocorrida entre as posições do presidente que contrariam frontalmente o próprio ministério em seu governo é processo normal pelo “trauma da crise”, e “seria muito pequeno da minha parte eu achar que isso seria meu grande problema.”

“Não vamos perder o foco. O foco é o corona novo, que derrubou o sistema mundial. É mais dramático do que guerra mundial, atacou o pais que mais produz insumos, mascaras e equipamentos de produção individual,” disse.

O ministro da Saúde reafirmou que a diretriz do Ministério será sempre técnica, científica e com planejamento, e que ao longo das semanas tem apontado aos jornalistas as razoes de se adotar esse parâmetro, e novamente pediu para que as pessoas adotem o distanciamento social.

Mandetta disse que não é o foco atuar com a divisão entre uma onda na saúde e uma onda na economia. Falou de união, e que nada pode ser feito isoladamente no combate à pandemia.

“O SUS tem uma atuação tripartite. Tenho esse canal permanente de diálogo com os governadores, e estamos todos de acordo que neste momento devemos ter o máximo grau de distanciamento social, para que se possa dar tempo ao sistema de se consolidar na sua expansão, com a chega dos hospitais de campanha, testes de vacina, equipamentos de proteção individual,” disse.

“Estamos tentando fazer o melhor para o povo brasileiro, e o presidente também”, disse o ministro.

“Quero parabenizar as comunidades do Rio de Janeiro, eu as conheço, fiz ação voluntária no Vidigal e na Rocinha quando era acadêmico de Medicina. Seus moradores  são exemplo de dignidade, comportamento e inteligência, estão dando essa demonstração ao Brasil. 

Testes rápido 

Chegaram nesta segunda-feira, anunciou o ministro, 500 mil testes rápido do total de 5 milhões adquiridos pelo Ministério.  Mandetta disse que esse teste é feito sete dias após uma gripe, que seu propósito é medir o anticorpos da pessoa, se ela teve uma gripe de qualquer vírus. “Depois do sétimo dia você vai ver se ainda tem o vírus da gripe ou não, se pode ser a covid-19 presente. É útil para gerenciar os casos”, disse.

Participaram ainda da coletiva o ministro de Infraestrutura, Tarcísio de Freitas e ministro da Cidadania Onix Lorenzoni.