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Com o ajuste fiscal nas cordas, governo pretende arruinar renda dos aposentados

Limitar o pagamento de juros, nada. Na prática, a energia de Lula está entregue não a enfrentar paredões e grossas vigas de madeira de proteção aos privilegiados e favorecidos do sistema, mas a praticar os prazeres ególatras do bon vivant tão bem descrito pelo amigo Emilio Odebrecht.
Ministro Carlos Lupi, da Previdência, ao lado de Lula. Foto: Ricardo Stuckert/PR.

Depois do ato do Dia do Trabalhador, um fiasco de publico em São Paulo em um evento nada institucional, descaradamente político-partidário, o governo se volta contra os aposentados e outras categorias que recebem benefícios da Previdência com o intuito de reduzir despesa com o sistema previdenciário.

Com o a juste fiscal nas cordas, o Partido dos Trabalhadores, acreditem eleitores do governo do amor, procura fulminar sem pudor tudo que sempre defendeu. Com gosto, o governo se afasta mais e mais dos que o elegeram, na ânsia de aumentar receitas sempre pela via de sacrificar camadas menos privilegiadas da sociedade.

Lançou agora, por meio da ministra Simone Tebet (Planejamento), a ideia em estudo de parar de remunerar aposentadorias a partir do ganho real do salário mínimo.

Ou seja: quer desvincular o pagamento de aposentados e beneficiários de programas do INSS da política de aumento do salário mínimo.

Nem mesmo o governo de Jair Bolsonaro executou essa proeza, alimentada pelo ministro Paulo Guedes (Economia). O que, inclusive, foi bombardeada pelo então candidato Luiz Inácio Lula da Silva, que numa live com André Janones na campanha disse ser uma “irresponsabilidade de Guedes falar uma coisa dessa.”

Pode ser apenas um balão de ensaio, para ver a reação da sociedade e dos ministros que tocam áreas sociais.

O fato, porém,  é que sem conseguir ajustar as contas por conta do fracasso no cumprimento de metas irrealistas do ajuste fiscal que foi para o vinagre mal nasceu entre nós o marco fiscal, Fernando Haddad não encara tubarões, persegue peixes pequenos na ânsia de obter mais receita para um Estado perdulário e gigante. Tem sido assim desde o começo da gestão.

Encarregou a colega de ser portadora da notícia, e as reações chegaram. Ao Estadão, o ministro da Previdência Carlos Lupi disse que a medida “tira renda da parte mais pobre da população” e que lutará contra ela. Luiz Marinho, ministro do Trabalho, pareceu irritado: “Se é para apresentar uma proposta dessas, vamos logo acabar com a política de valorização permanente do salário mínimo.”

A primeira despesa maior do orçamento – sempre fora do limite de gastos, é bom anotar – é com o pagamento de juros e amortização da dívida pública, e depois a previdência social. Neste ano de 2024 a despesa com juros atinge R$ 1 trilhão e 700 bilhões.

Falsamente dedicado aos mais pobres, o V Governo do PT jamais considera a hipótese de limitar a amortização e juros dessa dívida, que cresce absurdamente desde o primeiro ano de gestão, algo possível de ser feito.

O governo vai sempre na jugular de quem mais precisa. Bancos, arrivistas e rentistas estão graciosamente dispensados de ser afetados por decisão governamental que de fato encaminhe o Brasil para a redução da desigualdade social.

A retórica vazia produzida pelo sr. Luiz Inácio Lula da Silva pelos quatro cantos do país de “cuidar das pessoas,” “garantir comida na mesa” e “melhorar a renda” é só esperteza.

Na prática, a energia do petista está entregue não a enfrentar paredões e grossas vigas de madeira de proteção aos privilegiados e favorecidos do sistema, mas a praticar os prazeres ególatras do bon vivant tão bem descrito pelo amigo Emilio Odebrecht, de longa data aliás, que combinava ações com o então sindicalista para engabelar operários.

Acredite, quem quiser, que o governo do amor transforma o Brasil para melhor e se move pela união e reconstrução.