A Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ) apresenta a nova composição da sua Comissão de Mulheres, para a gestão 2019/ 2022. Até o momento, 20 companheiras, representantes de 18 sindicatos filiados, integram o grupo que tem a missão de elaborar um plano de ação para a organização política das jornalistas, a ser executado pelas entidades representativas da categoria ao longo do atual mandato.
A recomposição da Comissão de Mulheres da FENAJ (a primeira composição foi em 2017) atende a deliberação do Planejamento Estratégico da atual diretoria, bem como de Congressos Nacionais da categoria. O grupo tem como objetivo criar uma rede para discutir questões de gênero e relações de trabalho no mercado de jornalismo; produzir estudos, pesquisas e orientações sobre a abordagem nas coberturas jornalísticas; combater as desigualdades de gênero, raça e etnia; lutar pelo respeito e a valorização das trabalhadoras jornalistas e lutar por um melhor posicionamento da mulher na sociedade.
Segundo dados da pesquisa Perfil do Jornalista Brasileiro, promovida pela FENAJ e a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), as mulheres são a maioria nas redações (64%), mas ainda recebem salários menores que os seus colegas e não ascendem aos postos de comando. Com a recomposição da Comissão Nacional de Mulheres, a FENAJ dá um importante passo para tentar mudar esta realidade de forma organizada e coletiva.
De acordo com a publicação “Mulheres Jornalistas e Liberdade de Expressão”, elaborada pela Relatoria Especial para a Liberdade de Expressão da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), “as mulheres jornalistas estão duplamente expostas ao risco de sofrerem violências – por exercem a liberdade de expressão e por causa de seu gênero”. O documento foi lançado em 8 de março de 2019.
A publicação da CDIH aponta que, além dos riscos de ameaças e violência enfrentados por todos os defensores dos direitos humanos e jornalistas na América, as mulheres comunicadoras estão expostas a riscos adicionais ou específicos e que inclusive variam conforme os diferentes contextos vividos. O relatório destaca algumas especificidades, como nos casos de violência online contra mulheres jornalistas e de violências sofridas por comunicadoras comunitárias e indígenas.
A presidente da Fenaj, Maria José Braga, tem denunciado a violência e o assédio sofridos pelas jornalistas no exercício de suas atividades.