Pesquisar
Close this search box.

CPI das ONGs: Comunidade Haleti-Parecis promove bem sucedido projeto agrícola em MT

O senador do Amazonas sugeriu às lideranças da comunidade Haleti-Parecis que façam uma espécie de intercâmbio com lideranças indígenas da Amazonia.
Comunidade e lideranças indigenas com membros da CPI das ONGs no Chapadão do Parecis. Foto: Divulgação.

O bem-sucedido modelo agrícola implantado pela comunidade indígena Haleti-Parecis recebeu a CPI das ONGs, que em diligência em Mato Grosso conheceu o trabalho que resulta na produção estimada de 100 milhões de toneladas de soja, milho e feijão por ano em apenas 1.3% num total de 1 milhão de hectares de terras demarcadas. Parte da produção, segundo os indígenas, já está sendo exportada.

Os Pareci vêm se destacando como um dos maiores agricultores de lavouras mecanizadas do mundo, sendo um exemplo de autonomia, liberdade e geração de emprego e renda.

Os quatro mil indígenas Parecis, Namibikara e Manoky não tem a tutela de Organizações Não-Governamentais (ONGs), mas sofrem a perseguição de órgãos ambientais.

Os senadores constataram o dramático contraste entre a realidade desenvolvimentista de indígenas que produzem em suas grandes extensões de terras demarcadas, e paupérrimas comunidades isoladas na Amazônia sob a tutela de ONGs internacionais, Funai, Ibama e outros órgãos governamentais.

O senador Plinio Valério (PSDB-AM), presidente da CPI das ONGs, defendeu que o modelo seja implementado por outras comunidades indígenas “isoladas por ONGs na Amazônia.”

“Hoje os Parecis conseguem caminhar sem as ONGs. Elas não estão aqui desde 79. Queríamos que o Senado viesse aqui para escutar a voz da nossa associação, das cooperativas e das lideranças, com paz e harmonia, que é o ensinamento dos nossos velhos Parecis. O que nós queremos é paz e harmonia para o processo de sermos desenvolvidos”, explicou Genilson André Kezomae, liderança indígena local.

O senador do Amazonas sugeriu às lideranças da comunidade Haleti-Parecis que façam uma espécie de intercâmbio com lideranças indígenas do Amazonas, Acre, Roraima e outros Estados onde lutam contra as amarras ambientais para vencer a fome e gerar emprego e renda para suas comunidades.

Senador Plinio e liderança indígena de Mato Grosso. Foto: Divulgação.

“Esses indígenas representam o lado que dá certo. Vamos colocá-los em contato com os nossos irmãos do Amazonas que também podem prosperar. Que essa diligência da CPI das ONGs sirva para espalhar esses conhecimentos e bom exemplo das comunidades do Chapadão dos Parecis para nossas lideranças indígenas do Amazonas e de todo território nacional dominados pelas perversas ONGs que recebem milhões para mantê-los no que eles próprios chamam de horto humano,” disse Plínio Valério.

Plinio Valério declarou estar impactado com o sucesso do empreendimento agrícola que tira os indígenas da mendicância e das bolsas do governo.

“Tenho certeza de que vão muito mais longe espalhando esse bom exemplo”, avaliou.

“Aqui não há indígenas na mendicância. Eles vão na farmácia e podem pagar, vão no restaurante e pagam suas contas. A autonomia do índio significa problema para aqueles que nos querem na miséria. Nós podemos plantar, nós podemos usar a terra”, relatou Arnaldo Zunizakae, presidente da Cooperativa Coopirahama.

Os indígenas agricultores, contudo, tem de vencer barreiras permanente para a manutenção do projeto que está gerando impostos e movimentando a economia da região. Não contam com linhas de crédito e sofrem preconceito por parte dos comerciantes para aquisição de produtos plantados em terra indígena. Enfrentam a burocracia para conseguir o licenciamento ambiental para quatro cooperativas criadas.

Acompanharam a comitiva o relator da CPI, senador Márcio Bittar (União-AC), o senador Styvenson Valentim (Podemos-RN), o senador Jayme Campos (União-MT), Mauro Carvalho (União-MT), a senadora Margareth Buzetti (PSD-MT) e o vice-governador do Mato Grosso, Otaviano Pivetta.

Segundo o senador Mauro, que propôs a visita, a intenção foi mostrar a independência da comunidade, na produção milho e soja. Mostrando para o Brasil e o mundo que é possível produzir de forma sustentável, ocupando pouco espaço de terra.