A declaração de Luiz Inácio Lula da Silva ao dar peso igual a Israel na operação de guerra contra o Hamas com o Holocausto patrocinado por Adolf Hitler é gravíssima.
Criticar o governo de Benjamin Netanyahu é uma coisa; havendo bom senso e ausencia de fanatismo ideológico há sim criticas às duas partes do conflito na Faixa de Gaza, mas atribuir ao Estado uma equivalência com as ações nazistas, algo jamais conferido por qualquer democracia do mundo, é uma mudança de tom ignóbil.
Luiz Inácio, com ambição de moderador para uma solução de paz em Gaza, parece sofrer de bipolaridade.
Longe de insistir no caminho da mediação, com posições claras, firmes e serenas que possam ser aceitas por pelo menos um dos lados envolvidos, sem ser vetado pelo outro, o presidente persiste mesmo é na combinação de ódio e ignorância, algo notado não apenas no caso em apreço. Exemplos internos são fartos, mas no momento não cabe examinar.
“O que está acontecendo na Faixa de Gaza com o povo palestino não existiu em nenhum outro momento histórico. Aliás, existiu. Quando Hitler resolveu matar os judeus”, afirmou Lula aos jornalistas em Adis Abeba, na Etiópia, onde participou como convidado da cúpula anual da União Africana.
O presidente relativizou com ignorância e cinismo o massacre de milhões de judeus. Atravessou a linha vermelha, como disse Netanyahu. É antissemitismo puro, avaliou o ex-cônsul geral de Israel em Nova Iorque, Dani Dayan, de quem emprestei a classificação do título que adorna esse texto.
Em seu X (ex-Twitter), Dayan disse serem “vergonhosas as palavras de Lula,” uma “repugnação de ódio e ignorância.”
E concluiu: “Comparar uma nação que luta contra uma organização terrorista assassina com as ações dos nazistas no Holocausto merece total condenação. É triste que o Presidente do Brasil tenha descido a um ponto tão baixo e se tenha envolvido numa distorção extrema do Holocausto.”
Sim, Luiz Inácio Lula da Silva passou de todos os limites. Obteve em troca uma nota de congratulação festiva do Hamas, organização terrorista com desapreço absoluto pela vida dos palestinos, que os usa declaradamente como blindagem para as mais terríveis incursões de ódio aos judeus e para a sustentação do seu aparato de guerra. Jamais para melhorar a qualidade de vida de seu povo.
E certamente está obtendo apoio da tão ignorante quanto ele rede social de bajuladores e fanáticos da esquerda, aspas à vontade, que abandonaram a decência completa, havendo até hoje quem diga ter sido Israel o autor dos ataques de 7 de outubro contra o próprio povo.
Em nome da ideologia, mergulharam no antissemitismo profundo, ergueram a bandeira do Hamas, endossam todas as suas ações, confiam nos seus números, ignoram reféns, ignoram milhares de crianças e mulheres mortas em guerras nunca concluídas.
É uma baixeza só. Ou o Brasil acaba com o ódio e ignorância de populistas à esquerda e à direita ou essa combinação vai acabar com o Brasil.