Deputados e Senadores querem explicações do presidente da Apex-Brasil, petista Jorge Viana, sobre a razão de ter atuado para suprimir do estatuto da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos a exigência de fluência em ingles para os cargos de direção executiva do órgão, inclusive dele próprio. Com isso, Viana garantiu sua permanencia no cargo com salário de R$ 65,5 mil.
Por não ser fluente em inglês foi o que levou o primeiro nomeado de Jari Bolsonaro para a Apex, Alecxandro Pinho Carreiro, a deixar o mesmo posto de Viana com 8 dias somente de gestão. A gritaria foi imensa. No caso do petista, somente o jornal O Estadão e o colunista Lauro Jardim, de O Globo, relataram como a Apex está sofrendo aparelhamento petista.
O deputado Kim Kataguiri (União-SP) moveu ação na Justiça para que Jorge Viana devolva tres meses de salário, o equivalente a R$ 195 mil. Afinal, ele teria atuado em beneficio próprio. Segundo O Estadão, Viana contratou, ainda, pessoas de seu grupo político do Acre, que atuaram com ele no Senado, em Brasilia, ao mexer no estatuto para permitir que cargos restritos a servidores preparados, com formação em comercio internacional, sejam ocupados por pessoas “de confiança.”
Na Câmara, requerimentos foram aprovados nos últimos dias 12 e 19 nas comissões de Fiscalização Financeira e Controle (CFFC) e da Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural (CAPADR) para ouvir Jorge Viana. Já no Senado, o convite foi aprovado na Comissão de Agricultura e Reforma Agrária em 30 de março. Ainda não há data, contudo, para que o petista compareça nas Casas.
“A atual gestão da agência, sob o comando de Jorge Viana, tem gerado polêmicas que levantam questões de ética e moralidade pública”, afirmou o deputado federal Evair de Melo (PP-ES), em um dos oito requerimentos protocolados na Câmara e no Senado que pedem a convocação do petista, chamado também porque na viagem à China culpou o agronegócio pelo desmatamento na Amazônia.