Apesar da posição favorável do relator, deputado Darci de Matos (PSD-SC), para manutenção da prisão do deputado Chiquinho Brazão, e sob protestos de deputados da esquerda, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados adiou a votação da análise sobre a prisão preventiva do parlamentar, acusado de ser mentor intelectual do assassinato da vereadora Marielle Franco e Anderson Gomes, seu motorista.
Matos disse que a prisão atendeu preceito constitucional. Os deputados federais Gilson Marques (Novo-SC) e Roberto Duarte (Republicanos-AC) pediram vista alegando que precisam de tempo para analisar se a prisão preventiva foi legal.
Eles argumentaram que não tiveram tempo de analisar o relatório da Polícia Federal, a decisão de prisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal de Justiça (STF) e relatório de Darci de Matos.
“O deputado está preso. Qual é a pressa? Qual é a pressa? Nós precisamos dormir com a cabeça no travesseiro para ter certeza de fazer a coisa certa”, argumentou Gilson Marques.
Por videoconferência, Chiquinho Brazão disse que os debates que manteve com a vereadora na Câmara Municipal do Rio de Janeiro não podem ser utilizados como motivo para ligá-lo ao assassinato de Marielle.
“Eu estava ali lutando para aprovar o projeto de lei que regulamentava em um período de um ano os condomínios irregulares”, disse.
A deputada do PSOL Samia Bomfim disse que os parlamentares estavam passando pano para um miliciano. No Plenário, a votação para manter a prisão dependerá do voto de 257 deputados.