Deputados pedem vista, e CCJ adia votação sobre prisão de Chiquinho Brazão

Deputada Samia Bomfim, do PSOL, disse que deputados que pediram vista passavam pano para miliciano.
CCJ assiste fala de Brazão por videoconferencia. Foto: Bruno Spada.

Apesar da posição favorável do relator, deputado Darci de Matos (PSD-SC), para manutenção da prisão do deputado Chiquinho Brazão, e sob protestos de deputados da esquerda, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados adiou a votação da análise sobre a prisão preventiva do parlamentar, acusado de ser mentor intelectual do assassinato da vereadora Marielle Franco e Anderson Gomes, seu motorista.

Matos disse que a prisão atendeu preceito constitucional. Os deputados federais Gilson Marques (Novo-SC) e Roberto Duarte (Republicanos-AC) pediram vista alegando que precisam de tempo para analisar se a prisão preventiva foi legal.

Eles argumentaram que não tiveram tempo de analisar o relatório da Polícia Federal, a decisão de prisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal de Justiça (STF) e relatório de Darci de Matos.

“O deputado está preso. Qual é a pressa? Qual é a pressa? Nós precisamos dormir com a cabeça no travesseiro para ter certeza de fazer a coisa certa”, argumentou Gilson Marques.

Por videoconferência, Chiquinho Brazão disse que os debates que manteve com a vereadora na Câmara Municipal do Rio de Janeiro não podem ser utilizados como motivo para ligá-lo ao assassinato de Marielle.

“Eu estava ali lutando para aprovar o projeto de lei que regulamentava em um período de um ano os condomínios irregulares”, disse.

A deputada do PSOL Samia Bomfim disse que os parlamentares estavam passando pano para um miliciano. No Plenário, a votação para manter a prisão dependerá do voto de 257 deputados.